CIÊNCIA

Cientista ressalta que cérebro humano é mais potente que toda a internet

Encéfalo ainda é mistério para a ciência e compreendê-lo é essencial para avanços científicos e sociais

Neurônio.Créditos: Hal Gatewood/Unsplash
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Com a premissa de que o cérebro, formado por bilhões de neurônios, é mais potente que toda a internet, cientista entende que cérebro humano ainda é um mistério para a ciência e compreendê-lo pode levar a avanços.

Rafael Yuste é um dos cientistas mais renomados do mundo pela Revista Nature e propôs a reflexão em São Paulo, durante o ciclo do Fronteiras do Pensamento que aconteceu no dia 4 de julho deste ano.

O pesquisador lembra que "todas as atividades cognitivas são definidas pelo cérebro". Ele defendeu que pesquisas sobre o órgão são imprescindíveis para melhores tratamentos de doenças motoras, psiquiátricas e neurológicas

Outro cientista, Miguel Nicolelis, revelou em entrevista exclusiva à Revista Fórum a fundação de um instituto para tratar 1 bilhão de pessoas. Seu objetivo é inovar em soluções de baixo custo para pessoas com doenças no cérebro, pois entende que pode conceder mais acesso a tratamentos e trazer avanços nos estudos do órgão. Veja a matéria completa aqui.

Em entrevista à Folha, Rafael Yuste coloca a importância da neurotecnologia para tratamento de doenças cerebrais. “Eles servem para registrar a atividade neuronal e alterá-la”. Grande parte dessas tecnologias estão sendo utilizadas em testes com ratos e conseguiram introduzir imagens que não estavam observando ou memórias de fatos que não viveram no cérebro dos bichos. 

O desenvolvimento dessas técnicas em humanos poderiam possibilitar que pessoas com paralisia, por exemplo, mexam membros robóticos por meio de um implante cerebral, ou possibilitar em pessoas com Alzheimer a decodificação de seus pensamentos, aprimorando a comunicação.

No entanto, o pesquisador hispano-americano destaca que a neurotecnologia não deve se limitar apenas ao tratamento de doenças. Esse tipo de tecnologia também poderá ser utilizada para se comunicar de forma ‘telepática’.

De acordo com Yuste, as tecnologias que permitem acessar e manipular o cérebro humano poderiam trazer riscos sociais e éticos. Por isso, um grupo de cientistas que participa do projeto se reuniu na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, para propor uma revisão da Declaração Universal dos Direitos Humanos incluindo princípios de proteção ao cérebro humano contra o uso abusivo ou indevido da neurotecnologia.

O acesso equitativo às tecnologias de aumento cognitivo nesse sentido seria um passo importante, "para evitar que tenham humanos melhorados e humanos que sem acesso a isso", diz o conferencista.

*Com informações de Folha de São Paulo