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Inverno está chegando: entenda quais mudanças metabólicas ocorrem no organismo

Menos disposição para exercícios físicos, mais fome e sono adiantado; saiba por que alterações metabólicas se manifestam no frio

Inverno.Créditos: Alex Padurariu/Unsplash
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Com a aproximação do inverno, as temperaturas baixam e é comum o corpo sentir algumas mudanças metabólicas, que afetam atividades diárias. Algumas alterações como dificuldade de sair da cama pela manhã, pouca disposição para exercícios e aumento do apetite são as mais comuns no frio.

De acordo com especialistas, nosso metabolismo e humor são afetados pela queda da temperatura e ar seco. Em relação ao sono mais adiantado, o nosso organismo segue um ritmo de 24 horas chamado ciclo circadiano, que é influenciado pela presença ou ausência de luz no ambiente. 

A luz regula o nosso ciclo de sono e vigília, assim como outras funções do nosso organismo. Quando ela varia, podemos ter mudanças no horário que sentimos sono ou acordamos, na frequência que precisamos ir ao banheiro ou à nossa disposição física e mental. 

Entenda como e por que mudanças metabólicas acontecem

O corpo entra em um estado de maior atividade metabólica e temperatura cerca de duas horas antes de despertar. O nosso relógio biológico é um mecanismo que sincroniza as funções do nosso organismo com os ciclos de luz e escuridão. 

Quando a luz entra nos nossos olhos, ela envia um sinal para o nosso relógio biológico ajustar o ritmo das nossas atividades diárias. Assim, o nosso corpo sabe quando é dia (luz) e quando é noite (escuridão).

A escuridão estimula a melatonina, um hormônio que favorece o sono. Por isso, no inverno, quando os dias são mais curtos, tendemos a dormir mais. Além disso, o organismo demora mais para atingir a temperatura ideal para acordar.

Será preguiça? A energia e o metabolismo do corpo aumentam no verão, pois os dias são mais longos e ensolarados e fazemos mais atividades ao ar livre, que exigem mais estímulos diários. 

No entanto, no inverno ficamos mais tempo em ambientes fechados. Isso faz com que tenhamos menos disposição para sair da cama e nos movimentar. Isso acontece porque o corpo recebe menos luz e calor, e entra em um modo de economia de energia e metabolismo lento.

O aumento da fome em dias gelados se torna comum, uma vez que o frio leva o corpo a gastar mais energia para manter sua temperatura ideal. Como o costume de ingerir comidas calóricas também aumenta, exercitar-se no frio ajuda a gastar mais calorias e a perder peso. Especialistas recomendam não realizar exercícios de alto impacto.

Com o dia terminando mais cedo e o aumento da produção de melatonina, a pressão sanguínea diminui, assim como o estado de atenção. A temperatura do corpo e o metabolismo diminuem cerca de duas horas antes de dormir, facilitando o sono, mas é preciso garantir que não haja desconforto térmico, pois isso pode atrapalhar o sono e causar dores físicas.

Segundo Daniel Suzuki Borges, psiquiatra especialista em medicina do sono, os extremos de temperatura e umidade são ruins para o sono. No verão, o calor e a umidade fazem com que suamos mais e ficamos desconfortáveis durante a noite. Já no inverno, se não tivermos uma boa coberta, também podemos sofrer para pegar no sono.

Vale lembrar que a temperatura, a luz do sol e a umidade do ar não são os únicos fatores que influenciam nossas atividades diárias. De acordo com médica e pesquisadora do Instituto do Sono, Erika Treptow, o uso de dispositivos eletrônicos à noite, como TV, celulares e computadores, interfere no relógio biológico, desregulando as atividades do organismo conforme os ciclos de luz e escuridão.

“O tipo de luz emitida por esses aparelhos é a chamada luz azul. Ela é capaz de estimular áreas do cérebro que nos mantêm alertas e, por isso, reduz a secreção do hormônio melatonina (facilitador do sono). Assim, pode ocorrer dificuldade para começar a dormir”, afirma a pesquisadora.

*Com informações do Estadão