ALERTA

Epidemia de dengue deve afetar Centro-Oeste, MG e ES em 2024

Levantamento do Ministério da Saúde também informou que 74,8% dos criadouros do mosquito estão nos domicílios

Mosquito da dengue.Créditos: CreativesolutionisT/Pixabay
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O Ministério da Saúde informou, nesta sexta-feira (8), que prevê epidemia de dengue para as regiões do Centro-Oeste e Sudeste, com foco em Minas Gerais e Espírito Santo

O Sul teve destaque para o Paraná, classificado com potencial muito alto para casos de dengue e, no Nordeste, os casos aumentam mas abaixo do limite epidêmico.

A secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, alertou, durante a entrevista coletiva para atualizar o cenário epidemiológico da dengue no Brasil, que os grupos que mais preocupam são os que não tiveram a doença, principalmente crianças e idosos.

De acordo com dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), 1.506 dos 4.976 municípios analisados têm classificação de alerta para infestação do mosquito, o que representa 30,2%. Além disso, 189 municípios têm classificação ainda mais alta, de risco. 

O estudo também revela que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estavam nos domicílios em 2023, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados e canos, por exemplo).

Os depósitos de armazenamento de água elevados, como caixas d'água, se classificam como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%.

Aumento de casos

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue será uma das maiores ameaças para Estados Unidos, Europa e África ainda nesta década. A doença já tem despertado muita preocupação em grande parte da Ásia e da América Latina, causando cerca de 20 mil mortes por ano.

Nas Américas, a dengue avança sem freio. A região fechou o primeiro semestre de 2023 com 2,9 milhões de casos – entre confirmados e suspeitos. O número supera o total de todo o ano anterior (2,8 milhões), e o Brasil lidera o topo do ranking representando 79% dos casos no primeiro semestre de 2023.

Dengue e mudanças climáticas

O aumento de casos de dengue está diretamente relacionado à crise climática, tão intensificada nos últimos anos. Apesar de ter maior incidência em climas tropicais e subtropicais, o infectologista Marcos Caseiro explica que as alterações climáticas, como aumento da temperatura, aumento de chuvas, faz com que o mosquito se prolifere. "Com o aumento do vetor, obviamente, aumentam as doenças transmitidas por ele. E a dengue é o maior problema do planeta. São quatro tipos diferentes de dengue, o que faz com que a pessoa possa ter dengue quatro vezes”, alerta.

Vacina

O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública, nesta quinta-feira (7), para avaliar a possibilidade de incorporar a vacina contra a dengue Qdenga no SUS (Sistema Único de Saúde). 

O imunizante já foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em março, e pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) nesta quarta-feira (6).