O Sistema Único de Saúde (SUS) voltou a ofertar o único medicamento pediátrico contra a Doença de Chagas neste mês de dezembro. O fármaco antiparasitário benznidazol 12,5 mg estava sem distribuição pelo órgão há oito anos. Em 2023, os casos da doença voltaram a crescer.
Foram adquiridas 12 mil unidades do medicamento, distribuídas de acordo com a demanda dos estados. Casos de doença de Chagas são mais frequentes na região Norte e no estado da Bahia, segundo o Ministério da Saúde.
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Para tratamento em adultos, o benznidazol de 100 mg também é disponibilizado pelo SUS para pessoas com doença na fase aguda, assim que diagnosticada, mediante solicitação das Secretarias Estaduais de Saúde. O órgão ainda disponibiliza um outro fármaco, o nifurtimox, em caso de intolerância ao benznidazol.
A doença de Chagas
O Brasil possui, atualmente, pelo menos um milhão de pessoas infectadas pelo protozoário Trypanosoma Cruzi, causador da doença de Chagas. A enfermidade é transmitida pela picada do inseto popularmente conhecido como barbeiro ou pela ingestão de alimentos contaminados com as fezes desse inseto.
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A doença também pode ser transmitida por transfusão de sangue, transplante de órgãos ou da mãe para o bebê durante a gravidez. Ela apresenta duas fases: uma aguda, cujos sintomas incluem febre, dor de cabeça, fraqueza e inchaço, e uma crônica, mais grave, podendo gerar problemas cardíacos.
Dentre os alimentos que mais provocam a contaminação, estão o açaí e o caldo de cana, quando preparados de maneira caseira ou artesanal. O açaí industrializado passa por um aquecimento a 80°C, resfriamento e lavagem, o que inativa o protozoário e torna o produto seguro para o consumo. Desse modo, o perigo se encontra na ingestão daquele preparado por pequenos produtores, que colhem a fruta e vendem o alimento in natura em pequenos estabelecimentos comerciais.
No caso do caldo de cana, o inseto ou suas fezes podem ser moídos junto com a cana-de-açúcar, no processo que dá origem à bebida, contaminando o líquido e aquele que o ingere.
Para evitar a transmissão oral da doença, a principal maneira é não consumir aqueles sem procedência ou em locais onde a limpeza ou a maneira de preparo sejam duvidosas. Além disso, é importante verificar se o estabelecimento tem aprovação da Vigilância Sanitária para manipular e vender alimentos, o que deve ficar exposto em um certificado de fácil visualização para o consumidor no local.