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Doença de Chagas: casos voltam a crescer; veja como se proteger

Risco de contaminação por alimentos preocupa autoridades de saúde; doença pode causar desde febre prolongada até complicações cardíacas severas

Açaí, preparado de forma não adequada, pode ser prejudicialCréditos: Pixabay
Escrito en SAÚDE el

A Doença de Chagas é uma parasitose causada pelo protozoário Trypanosoma Cruzi. Seus modos de transmissão podem variar, mas o jeito mais conhecido é através da picada do inseto popularmente chamado de barbeiro. Ao picar, o barbeiro defeca e, quando a pessoa coça a região, ela faz com que os parasitas que estão presentes nas fezes entrem na corrente sanguínea. 

No entanto, um outro tipo de transmissão tem preocupado as autoridades de saúde: a ingestão oral de alimentos contaminados com barbeiros infectados ou suas fezes. De acordo com a Fiocruz, essa forma de transmissão pode ser particularmente grave, pela quantidade de parasitas que entram no organismo. Na Bahia, apenas no primeiro semestre de 2023, foram registrados cinco casos e uma morte em decorrência do Chagas, o que provocou a emissão de uma alerta pela Vigilância Epidemiológica do estado sobre o surto de transmissão oral da doença.

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Os sintomas da Doença podem incluir febre prolongada, de mais de setes dias, desmaios, dores no peito, abdominais e de cabeça, tosse, falta de ar, manchas vermelhas na pele, além de, em casos mais graves, complicações cardíacas como arritmia e até a morte.

Como se proteger

Dentre os alimentos que mais provocam a contaminação, estão o açaí e o caldo de cana, quando preparados de maneira caseira ou artesanal. O açaí, industrializado, passa por um aquecimento a 80°C, resfriamento e lavagem, o que inativa o protozoário e torna o produto seguro para o consumo. O perigo se encontra na ingestão daquele preparado por pequenos produtores, que colhem a fruta e vendem o alimento in natura em pequenos estabelecimentos comerciais. Já no caso do caldo de cana, o inseto ou suas fezes podem ser moídos junto com a cana-de-açúcar, no processo que dá origem à bebida, contaminando o líquido e aquele que o ingere.

Para evitar a transmissão oral da doença, a principal maneira é a higienização dos alimentos. Assim, não consumir aqueles sem procedência ou em locais onde a limpeza ou a maneira de preparo sejam duvidosas. Além disso, é importante verificar se o estabelecimento tem aprovação da Vigilância Sanitária para manipular e vender alimentos, o que deve ficar exposto em um certificado de fácil visualização para o consumidor no local.