QUADRO GRAVE

O que é a Síndrome de Guillain-Barré, que vitimou por uma década Lucia Hippolito

Jornalista morreu nesta quarta (21), de câncer. Acometendo o sistema nervoso, doença autoimune é muito grave, mas pode ser tratada e “freada”. Entenda o que é a condição

Imagem ilustrativa.Créditos: Vecteezy free
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A jornalista Lucia Hippolito morreu nesta quarta-feira (21), no Rio de Janeiro, vítima de um câncer metastásico no pulmão, que inicialmente surgiu no colo de seu útero. No entanto, a luta de Lucia pela vida iniciou-se há mais de 10 anos, em 2012, quando ela recebeu um diagnóstico de Síndrome de Guillain-Barré, durante suas férias em Paris.

A Síndrome de Guillain-Barré é uma enfermidade que ataca o sistema nervoso, interferindo nas conexões do cérebro com outras partes do corpo, sobretudo com os membros superiores e inferiores. É classificada como uma doença autoimune, ou seja, é o próprio sistema imunológico quem ataca o organismo. Tecnicamente, ela provoca uma paralisia inflamatória aguda dos nervos periféricos.

De um modo geral, as pessoas acometidas pela Síndrome de Guillain-Barré apresentam como primeiros sintomas sensações de dormência e formigamento nos braços, mãos, pernas e pé. Em pouco tempo o quadro costuma se agravar, causando em grande parte das vezes perda dos movimentos desses membros, o que invariavelmente resulta em sequelas incapacitantes ou que comprometem a autonomia e a qualidade de vida do paciente. Em muitos casos, o quadro pode ser tão severo que suas complicações levam à morte.

Não há cura para a Síndrome de Guillain-Barré, mas a doença pode ser tratada e “freada” com o uso de determinadas substâncias. A imunoglobulina, uma proteína que atua como anticorpo e que é um hemoderivado, é a principal e mais comum arma contra a condição, assim como na luta contra outras doenças autoimunes.

No Brasil, os registros do Ministério da Saúde mostram que, a depender do ano, de 1 a 4 casos de Síndrome de Guillain-Barré são registrados no país para cada grupo de 100 mil habitantes, com a imensa maioria dos casos ocorrendo em pacientes na faixa etária de 20 a 40 anos. Lucia Hippolito apresentou o quadro aos 60 anos, algo muito incomum.

Outros sintomas que podem surgir como primeiras manifestações da Síndrome de Guillain-Barré são sonolência, confusão mental, coma, crise epiléptica, alteração do nível de consciência, perda da coordenação muscular, visão dupla, fraqueza facial, tremores, redução ou perda do tono muscular e queimação ou coceira nos membros superiores e inferiores.