CONSCIENTIZAÇÃO

Medula óssea: o que é e como doar

Chances de compatibilidade são de uma em cem mil, por isso, cadastro para doação é essencial

Medula óssea tem a função de fabricar as células sanguíneasCréditos: Rovena Rosa/Agência Brasil
Escrito en SAÚDE el

Desde o último dia 14 até a próxima quinta-feira (21), é comemorada a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, instituída pela Lei 11930/2009. Em 2023, foram realizados 1.972 transplantes de medula óssea no Brasil. No entanto, as chances de encontrar um doador compatível que não é da mesma família do paciente é de uma em cem mil, em média. Por isso, o cadastro para doação é essencial.

O que é e para que serve a medula óssea

A medula óssea é um tecido do corpo humano encontrado no interior dos ossos, popularmente conhecido como “tutano”. Ela tem como função produzir as células sanguíneas, os populares glóbulos brancos e vermelhos e as plaquetas.

Com essa função é essencial, o transplante de medula óssea acaba sendo útil para cerca de 80 doenças diferentes, segundo o Ministério da Saúde, como leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, aplasia de medula e imunodeficiências. Quando há a substituição de uma medula doente por células normais de uma medula saudável, essas reconstituem uma medula saudável.

Para que o transplante aconteça, é necessário compatibilidade total entre doador e receptor, o que é verificado por meio de testes laboratoriais, chamados exames de histocompatibilidade (HLA), a partir de amostras de sangue das duas pessoas.

Pela genética, a pessoa mais provável de ter compatibilidade com alguém que está precisando de medula é um irmão de mesmo pai e mesma mãe, quando as chances são de 25%. Até mesmo nos outros parentes as chances diminuem e, em indivíduos não aparentados, elas são de, em média, um em cem mil.

Quem pode e como doar

Tendo em vista a dificuldade de encontrar um doador compatível, quanto mais pessoas se cadastrarem para doar, mais chances de salvar uma vida. No Brasil, aqueles que desejam doar devem se cadastrar no Redome (Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea) do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ao identificar um paciente em necessidade, o órgão busca em seu banco de dados um doador compatível.

Esse é o terceiro maior banco do mundo, com mais de 5,5 milhões de pessoas cadastradas, Para realizar o cadastro, o voluntário deve se dirigir a um Hemocentro e coletar uma amostra de 10 ml de sangue para exame de tipagem HLA, para que sejam verificadas possíveis compatibilidades.

Podem ser doadores pessoas entre 18 e 60 anos – o cadastro só pode ser feito até os 35 anos, de acordo com a Portaria n° 685, de 16 de junho de 2021 –, em estado de saúde geral bom e sem doenças impeditivas, que podem ser conferidas aqui e incluem doenças infecciosas no sangue, autoimunes e câncer.