CANNABIS

Maconha não causa transtornos psicóticos, sugere estudo internacional

334 pessoas com alto risco clínico e outras 37 com risco moderado participaram da pesquisa

Cigarros de maocnha.Créditos: Pixabay
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Um estudo realizado por pesquisadores da Austrália e da Europa demonstrou que o uso da maconha não está associado ao aumento do risco da psicose, que se trata de uma condição psicológica de desconexão e despersonalização com a realidade.

Os dados da pesquisa colidem com as afirmações de que a cannabis tem ligação com dependência química e influencia episódios de psicose.

A metodologia do estudo consistiu em analisar a associação do uso da maconha e a sua incidência de transtornos psicóticos em pessoas que possuam risco clínico em passar por psicoses comprovado, bem como observar se o uso frequente da maconha alterava ou incentivava a persistência de sintomas psicóticos, segundo a nota divulgada pela equipe responsável.

334 pessoas participaram do levantamento, todas com alto risco de desenvolvimento de psicose, além de outras 37 com risco moderado. Os voluntários foram analisados num período de dois anos e utilizaram uma versão alterada do Cannabis Experience Questionnaire, que se trata de um questionário que contém perguntas para mapear as ações subjetivas da maconha.

O estudo obteve, como resultado, o percentual de 16,2% referente aos indivíduos que tinham predisposição alta para a psicose e a desenvolveu. Quanto ao restante, 51,4% apresentaram sintomas persistentes e 48,6% estavam em remissão.

A partir desses dados, os pesquisadores concluíram que não influência significativa da maconha no desenvolvimento de sintomas psicóticos, nem em sua permanência ou no desfecho funcional.

Canadian Journal Of Psychiatry também fez um estudo, onde foram colhidos dados de emergência relacionados à psicose induzida pela maconha. A pesquisa concluiu que não nenhuma ligação entre a legalização da cannabis no Canadá com o distúrbio, pois não há mudanças efetivas causadas pela erva quanto à psicose e à esquizofrenia.

Nos Estados Unidos, o Journal Of The American Medical Association também realizou o mesmo tipo de levantamento da instituição canadense, obtendo resultados similares no contexto americano.