Uma mulher que sofreu complicações traumáticas devido a um implante de malha vaginal vai receber uma indenização recorde de pelo menos 1 milhão de libras esterlinas (ou R$ 6 milhões) do National Health System, o SUS do Reino Unido.
Yvette Greenway-Mansfield, de 59 anos de idade, recebeu um implante de malha vaginal no Hospital da Universidade de Coventry em 2009 e enfrentou sérias complicações.
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O implante de malha vaginal é um procedimento arriscado em que se coloca uma estrutura artificial, muitas vezes feita de poliuretano, para "reconstruir" a parte interna do sistema reprodutor feminino, usualmente realizado após a gravidez.
O problema é que, além de controverso pelos seus riscos, existem outras terapias que podem resolver o problema de maneira menos invasiva.
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Ela entrou com uma ação por negligência médica contra o sistema de saúde depois de descobrir que a cirurgia foi realizada prematuramente e desnecessariamente, sem o oferecimento das terapias alternativas. Depois, sofreu graves consequências de saúde.
Yvette teve o implante removido no ano de 2020, mas agora enfrenta incontinência urinária e fecal, além de dor crônica causada pelo procedimento.
Além disso, ela descobriu que o termo de consentimento da cirurgia foi adulterado para incluir riscos adicionais após sua assinatura, em um caso claro de violência médica e de gênero.
O principal motivo para o processo está justamente na alteração do termo de consentimento realizado pelos médicos há cerca de 14 anos e nas consequências do procedimento ao corpo de Yvette.
Greenway-Mansfield afirmou ao periódico britânico The Guardian que receber a indenização foi um "enorme alívio", mas criticou a falta de compensação para muitas outras mulheres que sofreram danos semelhantes.
O hospital responsável pelo procedimento emitiu desculpas. Segundo o acordo, o Hospital da Universidade de Conventry ainda será responsável por atender às necessidades contínuas de cuidados de Greenway-Mansfield.