Daniel Proença, o único sobrevivente do crime brutal que matou três médicos em um quiosque na Barra, no Rio de Janeiro, na semana passada, conversou com sua mãe. Márcia Proença, que estava em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, no momento do ataque, afirmou ao Fantástico, da Globo, neste domingo (8), que só sossegou após ver o filho.
"Você acredita em milagre? Foi um milagre, pode ter certeza", disse ela no Hospital Samaritano, na Barra, onde o filho permanece internado.
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Segundo Márcia, a primeira coisa que o filho disse a ela foi: “’Mãe'. E começou a chorar. ‘Mãe, meus amigos morreram’”.
Ele descreveu então ao programa o que Daniel contou no leito da UTI.
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“Eles estavam no quiosque tomando uma cerveja, relembrando e falando sobre o futuro. Perseu falando que precisava trabalhar bastante porque tinha duas crianças pequenas, aquele senhor falando que o filho dele, o último, ia casar e depois ele disse que ia dar uma diminuída, ia aposentar. E quando um deles olhou no relógio, falou ‘gente é quase uma hora, nós precisamos ir embora’”.
No lugar certo
“Falaram pra mim, ‘seu filho estava no lugar errado’. Eu falei: ‘Não. Meu filho estava no lugar certo, estava com os amigos, tomando uma cerveja, estavam comemorando. Ele estava no lugar certo’”, disse.
A trama que resultou na morte de médicos inocentes é mais um capítulo de uma guerra que se intensificou no último ano na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste. De um lado traficantes, do outro milicianos, que disputam territórios.
O ataque aos médicos acontece num momento em que o governo do estado e o governo federal discutem um novo plano de segurança pública para o Rio. E mais uma vez, prometem soluções.
Os três médicos que morreram levaram, no total, 19 tiros. Daniel Proença foi atingido mais de dez vezes.