ALESP

Deputadas da Alesp recebem mensagens de ódio com ameaças

Em nota conjunta, as parlamentares classificaram o episódio como uma forma clara de intimidação política

Plaenário da Alesp.Créditos: Rodrigo Romeo/Alesp
Escrito en POLÍTICA el

Todas as deputadas da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foram surpreendidas no último sábado (31), por um e-mail carregado de ameaças e discursos de ódio. A mensagem, enviada em massa aos gabinetes das 24 parlamentares, continha ameaças explícitas de morte e estupro, além de ofensas misóginas, racistas e capacitistas. O episódio, rapidamente comunicado à presidência da Casa e às autoridades policiais, escancarou mais uma vez os riscos enfrentados por mulheres na política brasileira.

O conteúdo da mensagem mencionava nominalmente algumas deputadas, o que reforçou o clima de tensão e insegurança entre as parlamentares. A presidência da Alesp confirmou que acionou a Polícia Civil e a Polícia Militar para investigar a origem do ataque. “Nenhuma forma de agressão será tolerada. É inadmissível que representantes eleitas sejam alvo de tamanha violência”, declarou o presidente da Casa, André do Prado (PL), em nota oficial.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ainda não se pronunciou sobre o andamento das investigações.

Silenciar mulheres

Para além da violência direta, o ataque digital também trouxe à tona um problema estrutural: a tentativa recorrente de silenciar mulheres que ocupam cargos de poder. Em nota conjunta, as deputadas classificaram o episódio como uma forma clara de intimidação política. “Não é um caso isolado, mas parte de um padrão que busca afastar as mulheres da vida pública por meio do medo”, escreveram.

A deputada Andréa Werner (PSB), uma das citadas no e-mail, foi enfática ao denunciar o caráter discriminatório da mensagem. “Esse tipo de ataque não se limita às mulheres. É também direcionado a pessoas com deficiência, negras e idosas — grupos historicamente marginalizados. É um reflexo da violência estrutural que ainda impera no país”, afirmou.

Werner também cobrou responsabilidade das plataformas digitais e do Estado na regulação do ambiente online. “A internet não pode ser um território livre para criminosos. É urgente estabelecer mecanismos eficazes de rastreamento, punição e prevenção de ataques como este.”

A presença feminina na Alesp ainda é minoritária: apenas 24 das 94 cadeiras são ocupadas por mulheres. Para especialistas, esse cenário torna a denúncia ainda mais grave. “Estamos falando de um ambiente que já impõe obstáculos à participação feminina. A violência política é mais um desses mecanismos de exclusão”, explica a cientista política Mariana Lameiras, pesquisadora da UFSCar.

O caso agora está sob investigação, mas deve gerar desdobramentos institucionais. Além do reforço à segurança das parlamentares, entidades de direitos humanos e organizações feministas já articulam uma resposta pública, exigindo medidas concretas de proteção e enfrentamento à violência de gênero na política.

Enquanto isso, as deputadas prometem seguir firmes. “Não vamos recuar. Cada ataque só reforça a importância da nossa presença aqui”, conclui a nota conjunta.

Nota Pública: Não seremos silenciadas

Na manhã do último sábado (31), as deputadas da Assembleia Legislativa de São Paulo receberam um e-mail com ameaças aviltantes que, além de atingir a todas, ainda citava nominalmente algumas parlamentares. Infelizmente, casos de violência política como esse, organizados por grupos na internet, têm sido cada vez mais comuns.

Parte das parlamentares da Alesp já tinha sofrido ameaças similares, porém, é a primeira vez que um ataque é direcionado a todas as mulheres da Casa – o maior parlamento estadual do País. Trata-se de uma nítida tentativa de silenciar mulheres em um ataque misógino, racista e capacitista em uma situação que, embora nos cause choque, infelizmente, é mais uma expressão de ódio e de violência a mulheres que buscam ocupar espaços de poder na política de nosso país. 

A polícia e a Presidência da Alesp foram comunicadas tão logo isso chegou até nós e todas as medidas jurídicas estão sendo tomadas  para que o caso seja investigado e que as deputadas, suas famílias e a sociedade obtenham uma resposta. Intimidações desse tipo não podem ser aceitas sob o regime democrático em que vivemos, mas elas mostram o quão urgente também se faz a adoção de  políticas públicas de enfrentamento à violência política de gênero.

Noda das deputadas

Nota Pública: Não seremos silenciadas

Na manhã do último sábado (31), as deputadas da Assembleia Legislativa de São Paulo receberam um e-mail com ameaças aviltantes que, além de atingir a todas, ainda citava nominalmente algumas parlamentares. Infelizmente, casos de violência política como esse, organizados por grupos na internet, têm sido cada vez mais comuns.

Parte das parlamentares da Alesp já tinha sofrido ameaças similares, porém, é a primeira vez que um ataque é direcionado a todas as mulheres da Casa – o maior parlamento estadual do País. Trata-se de uma nítida tentativa de silenciar mulheres em um ataque misógino, racista e capacitista em uma situação que, embora nos cause choque, infelizmente, é mais uma expressão de ódio e de violência a mulheres que buscam ocupar espaços de poder na política de nosso país.

A polícia e a Presidência da Alesp foram comunicadas tão logo isso chegou até nós e todas as medidas jurídicas estão sendo tomadas  para que o caso seja investigado e que as deputadas, suas famílias e a sociedade obtenham uma resposta. Intimidações desse tipo não podem ser aceitas sob o regime democrático em que vivemos, mas elas mostram o quão urgente também se faz a adoção de  políticas públicas de enfrentamento à violência política de gênero.

Deputadas estaduais de São Paulo

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar