Usado por Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, e pelo líder bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) na manobra ardilosa da Câmara para derrubar a mudança no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e dar início ao processo de "sangramento" de Lula com vistas a 2026, o coronel Chrisóstomo (PL-RO) mal soube pronunciar a sigla da taxa e fez pronunciamentos gritando, ao melhor estilo General Hamilton Mourão (Republicanos-RS), para aproveitar seus 15 minutos de fama na casa legislativa.
ENTENDA:
Em dobradinha com Motta, Alcolumbre derruba mudanças no IOF e ataca governo Lula: "rechaçado"
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Eleito em 2019 - e reeleito em 2022 - por Rondônia na esteira da onda utrarreacionária pavimentada por Jair Bolsonaro (PL), João Chrisóstomo de Moura, que é coronel da reserva do Exército, relatou apenas três projetos em seis anos de atuação parlamentar.
Além do PDL 214/2025, de autoria de Zucco (PL-RS) - líder da oposição e bajulador contumaz do clã Bolsonaro -, Chrisóstomo relatou um PL do Pastor Gil (PL-MA), sobre "a criação ou adaptação de uma sala reservada para atender a pessoas Idosas vítimas de violência em todos os Institutos Médico Legais de todo o país", e outro de Juninho do Pneu (União-RJ), sobre "o sorteio de árbitros em competições esportivas e dá outras providências".
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Na leitura do relatório no plenário da Câmara, o deputado bolsonarista tropeçou nas palavras, inclusive várias vezes na pronuncia da sigla IOF, mostrando total desconhecimento do que lia no documento em que teve a assinatura encomendada.
Em êxtase pelos minutos de fama concedidos, não se cansava de agradecer a Motta e Cavalcante pela exposição, focando sempre nos eleitores de Rondônia.
"Senhor Presidente, sou muito grato pela oportunidade de relatar um PDL tão importante para todos os brasileiros, mas não posso iniciar dizendo: olá, Rondônia; olá, Brasil", iniciou o deputado, acenando à base eleitoral.
Após ler o relatório, Chrisóstomo voltou a agradecer Motta e Sóstenes e mirou o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), que mais cedo havia classificado como "provocação infantil" o fato do presidente da Câmara escolher o deputado bolsoanrista para relatar a matéria, extremamente técnica, sobre economia.
"Quero dizer aqui, e assim vou concluir, Presidente Hugo Motta, aos Parlamentares que estão me criticando nas TVs, nas rádios, nos meios de comunicação: não há necessidade para isso. Eu sempre estou presente aqui na Casa. Havendo dúvidas, procurem-me. Eu sou um Parlamentar que representa o povo de Rondônia e do Brasil. Não há necessidade, Srs. Parlamentares, de ficarem falando mal deste Deputado, tentando achincalhar a minha pessoa", disse o coronel da reserva.
Após Lindbergh apresentar dois recursos técnicos, Chrisóstomo pediu a palavra para, novamente, agradecer a Motta, que já demonstrava irritação com as reiteradas investidas do relator.
"Presidente, mas essa minha fala aqui agora é para agradecer a Vossa Excelência a confiança que o senhor depositou a este parlamentar do Estado de Rondônia, a credibilidade de Vossa Excelência perante a mim", reafirmou Chrisóstomo.
"Excelência, assim eu procurei executar o meu trabalho, mas aqui, mais uma vez, ratifico. Agradeço muitíssimo a Vossa Excelência, Presidente Hugo Mota, por ter trazido a mim alegria e uma responsabilidade muito grande de poder relatar um PDL que vai atender todos os brasileiros empresários, o agronegócio", emendou.
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