O governo Lula divulgou um comunicado, assinado pela ministra Gleisi Hoffmann, de Relações Institucionais, para informar que conseguiu retirar de Tel Aviv, capital do governo sionista de Israel, o grupo de cerca de 40 políticos bolsonaristas que estavam presos após o fechamento do espaço aéreo devido à guerra desencadeada por Benjamin Netanyahu contra o Irã.
"Os prefeitos e outras autoridades municipais brasileiras que se encontravam em Israel já se encontram em território da Jordânia, em segurança, a caminho da capital, Amã, onde embarcarão de retorno ao Brasil", afirma o comunicado.
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Segundo o texto, a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, manteve contato por telefone desde o último sábado com o coordenador da delegação brasileira, prefeito Álvaro Damião (PSD), de Belo Horizonte.
"Nesses contatos, foram transmitidas todas as tratativas do governo brasileiro, por meio do Itamaraty, com as autoridades de Israel e da Jordânia para garantir o retorno seguro da delegação", diz o texto.
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Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que iniciou o processo de retirada dos membros das delegações oficiais do Brasil em visita a Israel.
"Parte dos integrantes já deixou o país nesta segunda-feira (16). Faremos todos os esforços, em coordenação com a Embaixada do Brasil em Israel, para garantir uma saída segura para os demais brasileiros de todas as delegações, sempre que houver as condições adequadas para o deslocamento", diz o texto.
A comitiva integrada por 40 políticos brasileiros, entre governadores, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários e até acompanhantes de primeiras-damas, todos apoiadores do governo sionista, viajou ao país em meio ao genocídio na Faixa de Gaza.
O convite foi feito pela Embaixada de Israel no Brasil para que os políticos participassem de encontros sobre segurança, inovação e desenvolvimento urbano.
Israel, através de seu forte lobby junto à extrema direita brasileira, bancou o "passeio" para a Expo Muni Israel 2025, evento organizado pela Federação de Municípios de Israel, promovendo visitas técnicas a centros de comando, sistema de monitoramento e projetos de segurança urbana, em cidades como Haifa, Kfar Saba e Rishon Letizion.
"Quero ir embora"
Esposa de Ibaneis Rocha (MDB), a primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha Rocha, viveu momentos de pânico em Israel após a interceptação de um míssil iraniano enquanto ela e integrantes de sua comitiva caminhavam por uma região próxima à Faixa de Gaza. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ela aparece visivelmente abalada e desabafa: “Que isso, gente. Eu quero ir embora. Não quero ficar, não".
Mayara estava acompanhada dos secretários Marco Antônio Costa (Ciência, Tecnologia e Inovação), Rafael Bueno (Agricultura) e Ana Paula Soares Marra (Desenvolvimento Social). Todos participavam de uma agenda institucional no país quando foram surpreendidos por uma sirene de alerta.
“Vi que um míssil se chocou com o outro, ao ser interceptado por Israel. Na hora, eu só pensei em correr e me escondi em um bunker”, contou.
Evangélica e bolsonarista, Mayara afirmou que a experiência foi espiritualmente marcante: “Foi uma sensação horrorosa estar lá, extremamente pesado e triste".