Milhares de manifestantes ocuparam as ruas de São Paulo (SP) na manhã deste domingo (15) em solidariedade ao povo palestino e em repúdio ao genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza. A mobilização, que integra a Marcha Global para Gaza, ocorreu na Praça Roosevelt e seguiu até a Praça Charles Miller, no Pacaembu, reunindo diversos movimentos populares, coletivos, parlamentares e artistas em defesa do rompimento das relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e Israel.
O ato fez parte de uma ação coordenada em nível internacional, com manifestações em dezenas de países. Os organizadores exigem a abertura de corredores humanitários, o fim do cerco econômico e militar imposto a Gaza e uma solução política duradoura para o conflito. Uma delegação brasileira também integra a marcha internacional, que partiu do Egito em direção à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
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“Muito importante esse ato hoje para a ruptura do governo brasileiro com a ocupação israelense. Estamos aqui para demonstrar que nunca estaremos do lado errado da história, sempre seremos o lado certo da história”, afirmou Rawa Alsagheer, coordenadora da Samidoun, rede internacional de solidariedade aos prisioneiros palestinos.
Pressão por ruptura com Israel
Durante a caminhada, os gritos de “Governo Lula, eu quero ver, a ruptura com Israel acontecer” ecoaram entre os manifestantes, que levavam cartazes com frases como “Lula, rompa com Israel já!” e “Fim ao genocídio na Palestina”.
A pressão por medidas concretas também veio de dentro do Partido dos Trabalhadores. O deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que concorre à presidência do partido, declarou que todos os cinco pré-candidatos da legenda assinaram um documento pedindo que o governo Lula rompa imediatamente com Israel.
“É inconcebível que um governo que assassine mulheres e crianças, que sequestre embarcações em águas internacionais, siga impune”, afirmou Falcão.
Outros parlamentares também participaram da manifestação. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) defendeu que apenas o rompimento de relações terá efeito real:
“Esse é o maior massacre que nossa geração viu e as palavras são insuficientes, é preciso criar um cerco a Israel. Para isso, é preciso medidas concretas e só o rompimento com Israel terá eficiência.”
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) reforçou a gravidade da crise humanitária em Gaza:
“O que a gente tem visto, de crianças sendo mortas na fila de comida, de falta de água, de famílias palestinas sendo destruídas e despedaçadas, isso só não indigna quem já morreu por dentro. Gaza virou um campo de concentração em céu aberto. O símbolo do apartheid contra o povo palestino no século XXI.”
A Marcha Global pela Palestina também denuncia o número crescente de mortos na ofensiva israelense, que já ultrapassa 55 mil pessoas desde outubro de 2023 – a maioria mulheres e crianças.
Veja vídeos da manifestação em São Paulo