O ex-ministro José Dirceu divulgou uma carta aberta aos militantes do PT conclamando a legenda e as esquerdas para o que considera uma "tarefa histórica": concluir a "revolução social brasileira inacabada”.
“A conjuntura e as condições que governamos exigem de nós a capacidade de fazer alianças mais amplas que a centro-esquerda, mas ao mesmo tempo criar as condições de mobilização popular, social e sindical”, pontua Dirceu.
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Ele também destacou a necessidade de enfrentar o rentismo, colocando fim à "apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário".
“É preciso uma verdadeira mudança na vergonhosa concentração de renda e no cartel bancário financeiro, na política de juros e nas metas da inflação, que exigem uma radical reforma tributária e financeira, capaz de pôr fim à apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, num circuito entre o Banco Central e a Faria Lima, que cada vez mais concentra renda, via os juros altos únicos no mundo”, afirma Dirceu.
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Na carta, também reforçou o apoio ao também ex-ministro Edinho Silva na disputa pela presidência do partido.
Atenção especial
Em relação às eleições de 2026, Dirceu destacou sua preocupação em relação à disputa pelo Senado.
“Atenção especial ao Senado, onde o bolsonarismo trama a retomada de seu projeto autoritário e ditatorial”, alertou o ex-ministro, fazendo referência aos planos do PL e de partidos próximos de conquistarem uma maioria na Casa que garantiria, entre outros pontos, a possibilidade de pautar impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste pleito, 2/3 das cadeiras serão renovadas no Senado. O PT, que tem nove senadores, terá que defender seis mandatos que se encerram em 2026.
Um dos atuais parlamentares petistas, Paulo Paim (RS), já anunciou que não concorrerá à reeleição, o que abre uma das duas vagas. Os outros dois senadores do Rio Grande do Sul são bolsonaristas: Luiz Carlos Heinze (PP), que deve concorrer a um novo mandato, e Hamilton Mourão, eleito em 2022.
Bolsonaristas levaram a melhor em 2022
A preocupação de Dirceu ganha ainda mais relevância quando se consideram os resultados das eleições de 2022.
Segundo levantamento realizado pelo The Intercept, das 27 vagas disputadas naquele ano, quando houve renovação de 1/3 da Casa, 14 ficaram com a extrema direita, considerando os eleitos por quatro partidos: PL, PP, Republicanos e Novo.
Entre as 54 cadeiras que estarão em jogo no ano que vem, os extremistas têm 11, e precisariam de mais 16 para formar maioria. Contudo, se repetir o mesmo desempenho em 2026, o bolsonarismo conseguiria alcançar sua meta.