O senador Sergio Moro (União-PR) marcou presença no evento de lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), à presidência da República nas eleições de 2026. Durante o ato, no entanto, o ex-juiz da Lava Jato evitou comentar a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu antigo aliado político.
Ao ser questionado por um jornalista sobre o fato de Bolsonaro ter se tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, Moro se esquivou da resposta: "Hoje é dia da candidatura do Caiado", limitou-se a dizer.
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Ministro da Justiça no governo Bolsonaro entre 2019 e 2020, Moro saiu do cargo em meio a divergências com o então presidente, mas desde então manteve-se em silêncio sobre diversas ações do ex-mandatário.
No mesmo evento, o senador afirmou esperar uma “união” da direita e centro-direita em torno do nome de Ronaldo Caiado para a disputa presidencial, sinalizando que descarta qualquer apoio a Bolsonaro.
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Caiado candidato
Nesta sexta-feira (4), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lançou sua pré-candidatura à presidência da República em um evento realizado em Salvador (BA). O que poucos sabem é que, caso consiga se viabilizar como candidato, esta não será sua primeira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto.
Ele também foi candidato em 1989, a primeira eleição presidencial após o fim da ditadura civil-militar. E a transição democrática trouxe para a pauta do dia a reforma agrária, que foi tema de um plano nacional lançado pelo governo de José Sarney, que projetava sua realização dentro dos parâmetros do Estatuto da Terra, com a desapropriação sendo o principal instrumento do processo. A reação não tardou.
Em maio de 1985, surgiu a União Democrática Ruralista (UDR), definida pelo CPDOC da Fundação Getúlio Vargas (FGV) como "expressão da radicalização patronal rural contra a reforma agrária e como espaço de aglutinação das insatisfações da 'classe rural". O seu principal mote foi a defesa da "intocabilidade do regime de propriedade existente". O site da Fundação lembra também que entre as características da associação estavam a "defesa intransigente do monopólio fundiário e o uso da violência como principal instrumento de pressão contra a reforma agrária e as lutas por terra".
Em meados de 1987, a entidade dispunha de sedes em 15 estados da federação, um total de 40 regionais e mais de 40 mil associados, contando com vultosos recursos. E a figura de Ronaldo Caiado, principal articulador e primeiro presidente da entidade, era a referência mais significativa para a compreensão da natureza da UDR.
"Médico, fazendeiro, pertencente a uma tradicional família de políticos do estado de Goiás, foi o principal defensor da autonomia da entidade como condição primeira para mobilização, mentor dos leilões de gado como fonte da arrecadação de recursos e partidário da violência como o instrumento mais eficaz no enfrentamento das ocupações de terra, que começavam a ganhar importância como forma de luta", diz o site.
Leia mais sobre a candidatura de Caiado em 1989 aqui.