CÂMARA

Lindbergh cobra 'governistas' que assinaram pedido de urgência para o projeto da Anistia

"Tem gente na lista que tem espaço importante no governo. Cada partido tem que ser chamado à responsabilidade", disse o líder do PT na Casa

Líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ)
Líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ)Créditos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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O deputado federal e líder do PT na Câmara Lindbergh Farias (RJ) cobrou, nesta quinta-feira (10), parlamentares que integram a base de apoio do governo na Casa que assinaram o requerimento de urgência para votação do PL da Anistia, projeto de pretende anistiar investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“Acho, sinceramente, nessa Casa, que as pessoas têm que se definir quem é governo e quem não é governo. Tudo bem quem é a oposição estar assinando um projeto como esse, mas quem é governo assinar um projeto como esse, que é um projeto que coloca o país numa crise institucional, não é um projeto razoável”, afirmou, conforme registro do G1.

Espaço no governo

O requerimento de urgência na Câmara dos Deputados serve para acelerar a tramitação de um projeto de lei, fazendo com que ele pule etapas regimentais e vá direto à votação no plenário.

Segundo o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), 251 deputados assinaram o requerimento. Entre os signatários, estão 37 deputados do União Brasil, 34 do PP, 25 do Republicanos, 23 do PSD e 21 do MDB, legendas que têm ministérios no governo Lula.

"Se a pessoa assina um projeto desse, não quer ficar deste lado (do governo). Eu tenho a lista de assinaturas. Tem gente na lista que tem espaço importante no governo. Cada partido tem que ser chamado à responsabilidade. Estamos ligando para alguns deputados, eu e líder o Isnaldo", pontua Lindbergh, fazendo referência ao líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões (AL).

Crise institucional

Também nesta quinta-feira, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse confiar na palavra do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de não colocar em votação o projeto da anistia."Confio muito na palavra do Hugo Motta de que esse projeto não irá a voto, até porque se for cria uma crise institucional, como ele mesmo disse", afirmou. 

Para a ministra, alguns parlamentares subscreveram o requerimento de urgência sem conhecer de fato o teor da proposta. "Eu acho que essas assinaturas que alguns parlamentares estão fazendo, dos partidos, têm muitos que estão desavisados sobre o conteúdo do projeto. Querem realmente uma mediação com aquelas penas para aqueles que participaram dos atos de 8 de janeiro, mas o projeto que está lá é um projeto que dá anistia ao Bolsonaro e aos generais, isso não está explicitado", disse a ministra, conforme o G1.

“Falar sobre anistia ou mediação de pena em relação a algumas pessoas do 8 de janeiro eu acho que é defensável do ponto de vista de alguns parlamentares. Acho que a gente até pode fazer essa discussão no Congresso. Mas o que está ali é os responsáveis. Isso não pode acontecer jamais”, pontua.

 

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