FIM DA LINHA

VÍDEO: Abandonada, Zambelli envia dura mensagem para Bolsonaro

A deputada federal caiu em desgraça desde o dia em que perseguiu um homem com arma em punho pelas ruas de São Paulo

VÍDEO: Abandonada, Zambelli envia dura mensagem para Bolsonaro.Créditos: Reprodução frame CNN Brasil
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A situação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se complica a cada dia que passa, principalmente após ser condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a perder o mandato. Entenda mais abaixo.

Mas, além de cair em desgraça com a Justiça Eleitoral, Zambelli também está, digamos, excluída do pétit comité do ex-presidente Jair Bolsonaro, que a responsabiliza por sua derrota em 2022.

Durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda., Bolsonaro foi categórico ao afirmar que o fato de Zambelli ter perseguido um homem, com arma em punho, pelas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno da eleição de 2022, contribuiu para sua derrota: "Ela tirou o nosso mandato", disse o ex-presidente.

Em entrevista à CNN Brasil, nesta quinta-feira (27), Zambelli revelou estar magoada com a opinião de Bolsonaro e, quando questionada pelos jornalistas do canal se telefonaria para o ex-presidente, ela não titubeou: “Não vou. Ele tem meu telefone, se ele achar que deve me ligar, ele me liga. Se eu falhei com ele dessa forma que eu falhei, então eu devo ficar na minha."

Confira no vídeo abaixo o recado de Zambelli para Bolsonaro: 
 

Carla Zambelli: TRE-SP nega recurso, mantém cassação da extremista e comunica Câmara
 

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitou, nesta terça-feira (25), os embargos de declaração apresentados por Carla Zambelli (PL-SP) e manteve, por unanimidade, a cassação de seu diploma de deputada federal. A decisão confirma que a extremista utilizou indevidamente os meios de comunicação e praticou abuso de poder político para desacreditar o processo eleitoral de 2022.

Com isso, Zambelli segue inelegível por oito anos, contados a partir do pleito de 2022. O tribunal determinou que a decisão será comunicada à Câmara dos Deputados para os trâmites necessários à perda do mandato. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a situação da parlamentar se torna cada vez mais insustentável.

O relator do caso, desembargador José Antonio Encinas Manfré, rechaçou todas as alegações da defesa e ressaltou a gravidade das condutas da parlamentar.

"As graves condutas da representada tiveram elevada repercussão, com difusão de informações falsas e descontextualizadas, aptas assim a configurar abuso dos meios de comunicação", afirmou. 

A ação foi movida pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), e o julgamento teve início ainda em dezembro de 2024. Em janeiro deste ano, o TRE-SP já havia decidido pela cassação do mandato de Zambelli por maioria de votos (5x2), destacando suas publicações que questionavam a lisura das eleições e espalhavam informações inverídicas, configurando "abuso da liberdade de expressão e ato de evidente má-fé".

O que diz Carla Zambelli

Em nota, Zambelli tentou minimizar a decisão e adotou um tom messiânico.

"A deputada Carla Zambelli recebeu com serenidade a decisão do TRE-SP que rejeitou seu recurso nesta terça-feira, 25 de março de 2025. Apesar do revés, a parlamentar reitera sua confiança na Justiça Divina e acredita que a verdade prevalecerá. Zambelli segue firme em sua missão de representar os mais de 946 mil eleitores que confiaram em seu trabalho, defendendo os valores e princípios que a conduziram até aqui. A luta continua, e a deputada permanece comprometida com o povo, certa de que os próximos passos do processo trarão clareza e justiça ao caso".

Zambelli é condenada também no STF e pode ser presa

Paralelamente à cassação no TRE-SP, Zambelli enfrenta uma situação ainda mais grave no Supremo Tribunal Federal (STF). O plenário virtual da Corte já formou maioria para condená-la a cinco anos e três meses de prisão por perseguição armada ao jornalista Luan Araújo na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, foi acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli, consolidando seis votos contra a deputada. A sentença inclui a perda do mandato e a execução da pena de prisão, mas o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro. Ele pode segurar a conclusão da análise do caso por até 90 dias.

O pedido de vista atendeu a uma solicitação da defesa de Zambelli, que reclamou de cerceamento do direito à sustentação oral. O advogado da parlamentar, Daniel Bialski, argumentou que a defesa deveria ter sido realizada presencialmente e não apenas por meio de memoriais escritos.

Ainda não há data para que o julgamento seja retomado. No entanto, ainda que Kássio Nunes Marques vote contra a condenação de Zambelli, a Corte já tem maioria para condenar a extremista. 

 

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