Jair Bolsonaro (PL) está cada vez mais isolado e caminha a passos largos para uma longa temporada na cadeia. No início da noite desta quinta-feira (20), o ex-presidente que tentou dar um golpe de Estado após ser derrotado nas urnas foi abandonado por um dos nomes até então vistos como um dos mais fiéis a ele: o ministro Kassio Nunes Marques, do STF.
Na votação sobre o impedimento dos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino e Alexandre de Moraes no futuro julgamento de Bolsonaro na Corte, Nunes Marques votou em favor dos colegas e a decisão foi amplamente vista como o fim do caminho para o antigo ocupante do Palácio do Planalto, que até então parecia se agarrar aos dois únicos magistrados do Supremo que poderiam tomar alguma decisão em seu favor. O outro é André Mendonça, que ainda não votou.
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Nunes Marques ainda deu mais um golpe mortal no homem que o indicou ao STF e que sempre agiu como se fosse o dono de sua toga. No pedido da defesa de Bolsonaro para que o caso fosse ao plenário, ele também votou contrário e referendou que o foro correto para o julgamento é a 1ª Turma do Tribunal.
Apenas Mendonça e Luiz Fux ainda não votaram. Pela lógica, fosse nessas decisões pré-julgamento ou mesmo num eventual julgamento no plenário do STF, Bolsonaro seria sempre derrotado 9 votos a 2. Com a mudança de postura de Nunes Marques, o ex-presidente teria apenas um voto entre os 11 ministros que compõem a Corte.
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Indicado por Jair Bolsonaro em 2020 para ocupar uma das cadeiras no Supremo Tribunal Federal, Kassio Nunes Marques sempre foi visto como um ministro subserviente e submisso ao líder da extrema direita brasileira, com razões para isso, já que em inúmeros julgamentos ele e André Mendonça contrariaram abertamente posicionamentos óbvios do Corte só para agradar ao “padrinho”. Agora, com essa mudança de postura, o magistrado é visto como o primeiro da dupla bolsonarista a rifar o acusado de tentativa de golpe de Estado.