ELEIÇÕES 2026

Tarcísio ataca Lula em ato de Bolsonaro e Folha lança candidatura: "discurso de 2026"

Em ato esvaziado pela anistia, Tarcísio atacou Lula e usou Petrobrás em seu discurso para sinalizar à mídia liberal e ao sistema financeiro que será o candidato no lugar de Bolsonaro

Com camisa azul, Tarcísio destoa de Bolsonaro e outros governadores em ato em Copacabana.Créditos: Rede X
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Com a camisa azul da seleção brasileira, destoando do amarelo usado por Jair Bolsonaro (PL), Silas Malafaia e a cúpula que estava em cima o trio elétrico, o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), de São Paulo, transformou o ato em favor do PL da Anistia, neste domingo (16) em Copacabana, em um ensaio para sua candidatura à Presidência em 2026, centrando ataques em Lula, o provável adversário.

A análise é da própria Folha de S.Paulo, que divulgou um texto de Igor Gielow logo após o encerramento do ato, com discurso de Bolsonaro. 

"Ato esvaziado serve para Tarcísio ensaiar discurso de 2026", diz a chamada, emendando logo abaixo que "Governador prefere a camisa azul da seleção e foca crítica não em Moraes, mas em Lula".

Um dos pontos destacados pelo jornal da família Frias está relacionado justamente ao motivo da mídia liberal e do sistema financeiro embarcarem na proposta de Gilberto Kassab, presidente do PSD e assessor do governador, que quer Tarcísio como candidato da chamada "terceira via".

"Os que assaltaram a Petrobrás voltaram à cena do crime", disparou o ex-ministro de Bolsonaro, que prometeu em privatizar a Petrobrás caso seja eleito em entrevista à Globonews para celebrar a entrega da Sabesp em uma venda nebulosa ao setor privado.

Em outra investida contra Lula, Tarcísio explorou a alta dos preços nos supermercados, principal fator para a queda da popularidade do presidente, segundo pesquisas.

"Ninguém aguenta mais arroz caro, gasolina cara, o ovo caro. Prometeram picanha e não tem nem ovo", emendando com um tímido "e, se está tudo caro, volta Bolsonaro".

Ao pedir a aprovação do PL da Anistia, mote da manifestação, Tarcísio sequer mencionou Alexandre de Moraes, algoz do bolsonarismo no STF. 

Candidato em 2026

Nas redes, Tarcísio ainda tentou tirar uma casquinha ao lado de Nikolas Ferreira (PL-MG) e publicou um vídeo abraçando apoiadores para cooptar apoio da horda bolsonarista.

Os ataques a Lula acontecem pouco mais de 15 dias após o governador paulista elogiar o presidente durante lançamento de uma parceria entre os dois governos em Santos, no litoral paulista.

"Desde o início a gente teve as conversas sobre o túnel. O senhor colocou isso tudo com prioridade", disse Tarcísio na ocasião. "Não tá na hora de ter disputa política, nós temos que atender o cidadão. E é o que nós estamos fazendo no dia de hoje aqui, atendendo o cidadão", emendou.

A análise de que Tarcísio aproveitou o ato para flertar com a ala mais radical do bolsonarismo com vistas às eleições de 2026 também foi relatado por Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

"Não há mais dúvida. A manifestação bolsonarista foi fraca, mas houve um fato importante: a presença de Tarcisio. Ele não é afeito à riscos. Hoje foi o primeiro passo do lançamento de sua candidatura à presidência,  que está a todo vapor empurrada pelo mercado financeiro", disse Cappelli.

Nas redes, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu a fala de Tarcísio, que sinalizou em seu discurso que Lula teria medo de perder a eleição.

"Qual a razão de afastar Jair Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição, e eles sabem que vão perder?", indagou Tarcísio.

"O presidente Lula disputou seis eleições ao Planalto. Quando não venceu, respeitou o resultado, não tramou golpes nem atacou as instituições. Quando foi eleito, mudou o Brasil pra melhor (e segue mudando). Não é Lula que tem medo de perder, governador Tarcísio. É Bolsonaro que tem medo da prisão", reagiu Gleisi.

 

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