Organizador do ato "pela anistia" em Copacabana neste domingo (16), Silas Malafaia assumiu o papel de atacar frontalmente Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao dizer logo no início de seu discurso que iria "provar" que o ministro é um "criminoso".
"O ministro Alexandre de Moraes é um criminoso", gritou Malafaia, incitando os apoiadores.
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No entanto, as "provas" prometidas pelo pastor midiático não passaram de um amontoado de narrativas propagadas em grupos bolsonaristas, sem quaisquer relação com a realidade.
Malafaia começou afirmando que "o inquérito da fake News é ilegal e imoral pois não tem a participação do Ministério Público".
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A mentira de Malafaia é tão deslavada que a Procuradoria-Geral da República (PGR) acompanha a investigação, feita pela Polícia Federal (PF), desde o início e em 14 de agosto de 2024 se manifestou justamente sobre a relatoria do processo, a cargo de Moraes.
"O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou apoio à atuação do ministro Alexandre de Moraes na condução dos Inquéritos nº 4.781 (fake news) e n° 4.874 (milícias digitais). As duas investigações apuram condutas como veiculação de notícias falsas em redes sociais, incitação a golpe de Estado e a atos antidemocráticos, a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento, além do discurso de ódio e ameaças contra instituições e seus agentes, entre elas o próprio STF. Os inquéritos contam com o trabalho da Polícia Federal e são acompanhados pela Procuradoria-Geral da República (PGR)", diz o texto, que pode ser consultado no site oficial da PGR.
Em seguida, ao listar o que classificou como "sequencia de crimes desse ditador", em relação a Moraes, Malafaia citou a negativa da justiça espanhola pela extradição do blogueiro Oswaldo Eustáquio e, de forma inacreditável, diz que o tenente-coronel Mauro Cid, delato do esquema, foi "torturado" pelo ministro relator.
"O Brasil viu o que Alexandre de Moraes fez com o coronel Cid: 'eu tenho uma ordem de prisão contra você, olha se você não atender o que a gente está falando, a tua família, tua mulher, tua filha, nós vamos continuar o processo'", disse Malafaia.
"Presidente Bolsonaro ele rasga leis de tratados internacionais no Brasil. A convenção da ONU contra a tortura: não se pode aceitar ameaça de ninguém em processo judicial", disse ele ao ex-presidente, admirador confesso da tortura durante a Ditadura Militar.
Malafaia ainda repetiu a narrativa bolsonarista de que não houve tentativa de golpe. Um dos motivos listados pelo pastor foi de que Lula estava em Araraquara no 8 de janeiro e por isso não poderia sofrer um golpe.
Em seguida, após ecoar a ladainha neofascista, Malafaia repetiu Bolsonaro e disse o ex-presidente estava na "Disney" e por isso não participou do golpe.
"Como é que Jair Messias Bolsonaro é colocado num inquérito de golpe e ele estava nos EUA com Pato Donald, Mickey, Tio Patinhas. Bolsonaro estava na América e eu pergunto a Alexandre de Moraes e à PF: onde estão as conexões", afirmou, ignorando as mais de 3 mil páginas do anexo do inquérito, que mostra as provas de que Bolsonaro comandou a quadrilha golpista - e por isso fugiu para os EUA.