FASCISMO BOLSONARISTA

Bolsonaro se compara a condenados do 8/1 antes de ato por anistia: "eu não quebrei nada"

Ex-presidente nega que seja beneficiado pelo PL da Anistia, mas cometeu ato falho em entrevista ao lado de Silas Malafaia na véspera de ato em Copacabana.

Jair Bolsonaro e Silas Malafaia em entrevista a rádio no Rio de Janeiro.Créditos: Reprodução / Youtube
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Na véspera do ato para pressionar o Congresso a colocar em pauta o Projeto de Lei da Anistia, que acontece neste domingo (16) em Copacabana, no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PL) rasgou a fantasia e se comparou aos condenados pelo 8 de Janeiro, quando a horda de apoiadores promoveu quebra-quebra nas sedes dos três poderes em Brasília após serem incitados a permanecer na frente de quartéis-generais pedindo "intervenção militar" antes da posse de Lula.

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Até o momento, Bolsonaro havia afirmado que a pressão por anistia seria para os condenados do 8 de Janeiro. No entanto, o ex-presidente não conta que será beneficiado diretamente pela medida, caso seja aprovada, caso seja condenado à prisão no julgamento sobre a organização criminosa golpista, que terá início no próximo dia 25 na primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista ao lado de Silas Malafaia a uma rádio do Rio de Janeiro neste sábado (15), Bolsonaro iniciou com a ladainha de que fez um "ministério técnico" e teria enfrentado o "establishment" em seu governo, mesmo tendo como aliados no cenário internacional nomes como Donald Trump e Elon Musk e alçando ao comando da economia Paulo Guedes, um claro defensor dos interesses do sistema financeiro e do Consenso de Washington - série de medidas neoliberais impostas pelos bancos ao países periféricos.

"Um grupo de pessoas conhecido como sistema ou establishment - que a gente sabe muito bem quem são essas pessoas - viram que perderam poderes no Brasil, que não negociavam do jeito que eles quiseram. Tira o Executivo, os outros dois poderes tinham participação em ministérios e estatais, então é um negócio que atinge a todos. E essas pessoas perderam essa oportunidade. O sistema trabalhou desde antes da minha eleição em 2018 e aprofundou essa perseguição durante meu mandato. Eu vou ser julgado nos próximos dias, se vou ser transformado ou não em réu", afirmou Bolsonaro, em um raciocínio confuso, bem ao estilo do filho Carlos Bolsonaro (PL-RJ).

Em seguida, o ex-presidente diz que a investigação da PF sobre o golpe é "fumaça" e se compara aos radicais que foram presos pelo 8 de Janeiro.

"Segundo a Polícia Federal ali começou a trama do golpe, em julho de 2021, que foi acabar em 8 de janeiro de 2023. É uma peça de ficção. Acho que eles tentaram de tudo para me pegar esse tempo todo. Sobrou essa fumaça que é um golpe de Estado, que tentaram de toda maneira que eu tentei dar um golpe em novembro e dezembro de 2022. Depois chegaram a conclusão de que tinha que linkar com o 8 de Janeiro", afirmou.

"Eu tenho quatro tipos penais contra mim. Um é 'dano qualificado e deterioração ao patrimônio'. Ué, eu não quebrei nada! Eu estava nos EUA. Assim como a maioria das pessoas que estão sendo condenadas ou aguardando condenação estão sendo acusadas exatamente do mesmo tipo penal", diz, sinalizando que pode ser beneficiado pelo mesmo PL da Anistia aos condenados pelo 8/1, principal bandeira do ato em Copacabana.

"Agora, o que eles querem de verdade? Eles viram que as penas da inelegibilidade, uma foi porque me reuni com embaixadores e outra porque subi num carro de som no 7 de Setembro, por abuso de poder econômico, mas o carro não era meu. Acabou 7 de Setembro, deixei minha faixa num canto e vida segue, vou fazer campanha. Em função disso me tornaram inelegível e viram que isso pode cair, por pressão popular. E resolveram avançar nessa versão do golpe da Disney, que eu estava lá com o Pateta, Pato Donald, e achavam que de lá estava programando um golpe no Brasil", gracejou.

Ao concluir sua fala, e convidar a "população" para o ato, Bolsonaro voltou a sinalizar que será beneficiado pela anistia.

"Isso é muito ruim para o poder judiciário. E não só no tocante à minha pessoa, não. No tocante a essas pessoas que estão sendo condenadas, como a Débora do Batom que está há dois anos numa preventiva".

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