Do limbo político para onde foi escorraçado ao ter seu mandato de deputado cassado, o ex-procurador-chefe da Lava Jato Deltan Dallagnol (Novo-PR) divulgou um artigo no jornal Gazeta do Povo bajulando Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que conspira nos EUA contra o Brasil, e atacando o Supremo Tribunal Federal (STF).
Praticamente morando nos EUA desde a eleição de Donald Trump, o filho "02" de Jair Bolsonaro (PL) pode ter o passaporte cassado por agir contra os interesses nacionais, trabalhando por sanções ao Brasil e autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
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Em seu artigo, Dallagnol bajula Eduardo ecoando o discurso de perseguição do clã Bolsonaro pela "aliança PT-STF" e comparando, de forma risível, o caso com a viagem de Gleisi Hoffmann (PT-PR), então presidenta do PT, "a Cuba e a países árabes para pedir apoio contra a prisão de Lula".
"A ação dos petistas serviu de pretexto para que o Supremo justificasse uma retaliação contra Eduardo Bolsonaro, mesmo sem crime algum cometido. Os ministros passaram a utilizar a possibilidade de responsabilização criminal e apreensão do passaporte do deputado como instrumento de ameaça, chantagem e pressão, uma prática comum sempre que se trata da relação entre o STF e o Legislativo", diz o ex-procurador, que comandou um processo de lawfare recheado de achaques, chantagens, ameaças e pressão a delatores à frente da Lava Jato.
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Dallagnol então saca da cartola jurídica que ministros teriam receio da "radicalização" do discurso de Eduardo Bolsonaro - que faz isso desde "o cabo e o soldado para fechar o STF", em 2018 - para adular o filho de Bolsonaro.
"Radical, de fato, é ver ministros do STF fazendo chantagens públicas contra um deputado eleito, membro do Poder Legislativo, que não apenas possui autonomia, mas também a prerrogativa de fiscalizar o Poder Judiciário. No entanto, esse chilique supremo acabou sendo revelador, pois expôs para todo o Brasil algo extremamente interessante: os ministros do STF sentiram, e sentiram muito, a estratégia da direita de buscar uma solução internacional para os abusos praticados pelo tribunal, com Eduardo Bolsonaro sendo uma de suas principais lideranças no front americano", afirma.
Em seguida, Dallagnol faz a defesa da narrativa bolsonarista, que pede a intervenção de Donald Trump no Brasil, numa continuidade do golpe tentado em 2022 e 2023.
"Os ministros sabem que cometeram atrocidades inimagináveis por anos, instauraram um regime de censura no Brasil, violaram a Constituição e as leis, transformando o país em uma tirania judicial. E sabem que a recompensa por tudo isso pode ser um decreto presidencial aplicando a Lei Magnitsky contra eles — cassando vistos americanos, bloqueando bens e decretando a "pena de morte financeira" dos ministros", escreve