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Flopou: ato de Bolsonaro reuniu 18,3 mil apoiadores no ápice, aponta levantamento da USP

Maior medo de Bolsonaro se concretizou. Ex-presidente queria reunir ao menos 400 mil extremistas para foto aérea que, segundo ele, embasaria a narrativa de que é perseguido pela "ditadura do judiciário".

Ato pela Anistia com Jair Bolsonaro reuniu 18,3 mil pessoas em seu ápice, diz levantamento da USP.Créditos: Eduardo Anizelli/Folhapress
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O maior medo de Jair Bolsonaro (PL), antes de uma provável condenação à prisão, se tornou realidade neste domingo (16) em Copacabana, no Rio de Janeiro.

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Antes do ato pela "anistia", Bolsonaro confessou a aliados próximos que seu maior receio era não conseguir uma foto que mostrasse apoio popular à narrativa de que é perseguido pela "ditadura do judiciário".

Pelos cálculos do ex-presidente, segundo esses aliados, seria necessário aglomerar 400 mil apoiadores na orla de Copacabana para se obter a imagem, que seria propagada ao mundo para provar a narrativa do clã.

No entanto, ao subir no trio elétrico ao lado de Malafaia, Bolsonaro viu que seus planos foram por água abaixo.

O público flopado no ato foi confirmado pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que estimaram em 18,3 mil pessoas os presentes no ápice da manifestação, o menor público já registrado em eventos da ultradireita bolsonarista.

O ato interditou o trecho da Avenida Atlântica entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira. No entanto, imagens aéreas mostram que a concentração se deu em torno do caminhão, não se estendendo a uma quadra do local onde o veículo foi parado.

Em termos comparativos, na manifestação de 7 de Setembro de 2022, realizada também em Copacabana, o monitor estimou um público de 64,6 mil.

Metodologia

Para estimar o público, os pesquisadores tiraram 66 fotos aéreas de Copacabana em quatro horários: 10h, 10h40, 11h30 e 12h. Dessas, 6 fotos foram tiradas às 12h, momento de pico da manifestação.

Para o cálculo, os pesquisadores utilizaram a metodologia Point to Point Network (P2PNet), que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.

O método tem precisão de 72,9% e acurácia de 69,5% na identificação de cada indivíduo. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12% para mais ou para menos para imagens aéreas com mais de 500 pessoas.

Transmissão

A falta de público gerou um atraso de mais de meia hora no evento. A live da transmissão, no canal do pastor Silas Malafaia no Youtube, foi aberta apenas quando o ato começou, por volta das 10h40 - o evento estava marcado para começar às 10h e a transmissão para ser aberta ás 9h45.

A chegada do ex-presidente foi mostrada por outros canais da ultradireita neofascista na rede, que revelaram que a manifestação estava esvaziada no momento em que ela deveria estar começando.

Nem mesmo integrantes do clã Bolsonaro estiveram no ato. Michelle Bolsonaro (PL) não compareceu alegando que precisa de repouso em razão de um procedimento estético. O filho "02", Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também não foi pois se encontra nos EUA - e teme ter o passaporte cassado caso volte ao país.

Outras figuras proeminentes do bolsonarismo, como Pablo Marçal (PRTB), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Carol de Toni (PL-SC) não foram à manifestação.

O ato flopado na plateia refletiu em cima do trio elétrico de Malafaia com a presença de apenas 4 governadores: Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ) - os dois que discursaram -, Jorginho Mello (PL-SC) e Antonio Denarium (PP-RR), que já teve o mandato cassado por três vezes pela Justiça Eleitoral e recorre das decisões.

Nikolas Ferreira (PL-MG), foi o único deputado da tropa de choque neofascista presente no ato. Além dele, apenas o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como parlamentar de expressão no bolsonarismo discursou na manifestação.

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