GOVERNO LULA

Escala 6x1: ministra de Lula defende que tema entre na pauta do governo

Simone Tebet reforçou que redução da escala é positiva tanto para os trabalhadores quanto para a economia

Simone Tebet, ministra do Planejamento.Créditos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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A ministra Simone Tebet (MDB), do Planejamento, defendeu a redução da escala 6x1 para 5x2 e ressaltou os impactos positivos da mudança no aumento da produtividade e nas melhorias econômicas. As declarações da ministra foram feitas à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, nesta quarta-feira (12).

"Não é só porque (a escala 6x1) é desumana. É porque (a escala 5x2) vai gerar economia, produtividade, qualidade no trabalho e o próprio empresário vai ganhar", afirmou Tebet, destacando que a proposta é boa tanto para os trabalhadores quanto para a economia. 

Atualmente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pede o fim da escala 6x1, da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), está em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta foi protocolada no dia 25 de fevereiro

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Além da redução da escala, Tebet também defendeu que a igualdade salarial entre homens e mulheres seja uma pauta com maior destaque, tanto pela questão da justiça social quanto pela economia. Ela afirmou que o Brasil deve ter coragem de enfrentar essas questões. “Isso faz parte do Brasil que queremos daqui a dois ou três anos”.

Extremos políticos, diplomacia e governo Trump

A ministra ainda criticou extremos políticos, afirmando que esses promovem violência, privam a liberdade e incentivam a autocracia. Ela defendeu que o governo estabeleça diálogo com os interesses da população e que a justiça social seja um interesse tanto da esquerda quanto da direita. 

Tebet também citou o presidente Donald Trump e afirmou que o governo brasileiro deve tratar o país norte-americano com diplomacia, considerando que os Estados Unidos é um grande parceiro comercial. No entanto, a ministra afirmou que é preciso um tempo para que Trump compreenda que o mundo mudou e que, atualmente, o maior parceiro comercial do Brasil é a China.

Tebet ainda falou sobre as rotas de integração sul-americana, que podem abrir um mercado de 200 milhões de consumidores para os produtos brasileiros e vice-versa". A integração americana está pronta para sair do papel. É um projeto que começamos desde o primeiro dia do nosso ministério, aproveitamos obras estruturantes do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", disse. 

Em relação às questões internas do governo, a ministra também comentou sobre a nomeação de Gleisi Hoffmann (PT) para a Secretaria de Relações Institucionais.

Em relação a Gleisi, Tebet reforçou que as duas sempre estiveram em lados opostos, mas que nunca deixaram de se tratarem de forma gentil. Ela também declarou que acredita que a deputada irá mudar seu tom crítico após assumir o cargo no governo.

“Agora ela é uma ministra palaciana, fiel ao presidente Lula e sabe que o projeto de país que está em andamento na parte econômica é do governo dela”, analisou. “Acredito que ela vai cuidar das relações institucionais, da relação com outros poderes e vai dar o suporte necessário para aprovar as medidas econômicas”, completou a ministra.

Sobre o Congresso, Tebet disse que ele não é tão "fiscalista" como imaginava, mas que essa postura não deve ser criticada. “Democracia é isso e temos que direção. Faz parte do jogo democrático”, afirmou.

Perspectivas para 2026

A ministra também avaliou as perspectivas do governo para 2026 e considerou que o próximo ano é uma “janela de oportunidade” para cortar gastos supérfluos e adotar mais rigor fiscal para reduzir os juros e a inflação para permitir maior crescimento da economia após um período de “janela de gastança”.

Ela ainda ressaltou que nos últimos anos foi necessário investir em programas sociais e setores estratégicos, mas que a partir de 2027, qualquer governo que assumir precisará ajustar as contas públicas para evitar impactos negativos na economia.

“Precisávamos recuperar a Farmácia Popular, Bolsa Família, ciência, tecnologia, educação, inovação”,explicou. “Mas em 2027, seja quem for o próximo presidente, ele não governa com esse arcabouço fiscal, com essas regras fiscais, sem gerar inflação, dívida pública e detonar a economia", considera a ministra.

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