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Bolsonaro celebra anistia: "que Deus continue iluminando nosso presidente Hugo Motta"

Seis dias após ser eleito presidente da Câmara, com 444 votos, Motta expôs a relação espúria e a negociata com Jair Bolsonaro, que trocou votos dos deputados da bancada neofascista por manobra que o coloca de volta à disputa presidencial em 2026

Hugo Motta celebra golpe em Dilma com Eduardo Cunha, ao lado de Lira e com Bolsonaro.Créditos: Laycer Tomaz Agência Câmara / Marina Ramos Câmara dos Deputado / Reprodução
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A dobradinha entre Arthur Lira (PP-AL) e Jair Bolsonaro (PL) para eleger Hugo Motta (Republicanos-PB) na Presidência da Câmara saiu dos porões da política e, em menos de 24 horas, revelou a negociata espúria que tem como objetivo derrubar a inelegibilidade e colocar o ex-presidente golpista na disputa eleitoral contra Lula em 2026.

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Nesta sexta-feira (7), Motta rasgou a pele de cordeiro que o fez conquistar 444 votos para sua eleição para comandar a Câmara - em um leque político que foi do PL ao PT.

Em entrevista ao jornal O Globo, o político paraibano, que se formou sob a sombra de Eduardo Cunha (Republicanos-RJ), alfinetou Lula, confirmou que o ex-presidente pediu para que ele pautasse a anistia para os golpistas do 8 de janeiro, incluindo ele próprio, e reafirmou que acha que a pena de inelegibilidade por 8 anos "é uma eternidade".

Motta voltou a citar Bolsonaro - a quem se referiu diversas vezes como "presidente" - ao atacar a pena de 8 anos de inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) baseada na Lei da Ficha Limpa. PL do deputado Bibo Nunes (PL-RS) tenta mudar a lei para que o ex-presidente possa concorrer já em 2026.

"Se essa matéria for trazida, por exemplo, pelo PL, do presidente Jair Bolsonaro, vamos levar ao colégio de líderes. Agora, com eleição de dois em dois anos, não reconhecer que oito anos de inelegibilidade é muito tempo é não reconhecer a realidade democrática do país. Quatro eleições é uma eternidade", disse Motta, que defendeu pena máxima de 2 anos de inelegibilidade, o que colocaria o golpista no páreo em 2026.

Mais tarde, em  em entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), Motta afirmou com todas as letras que o 8 de Janeiro de 2023 não foi uma tentativa de golpe.

“O que aconteceu não pode se repetir. Foi uma agressão às instituições, algo inimaginável. Acho que ninguém esperava que aquilo pudesse ocorrer. Agora, querer chamar de golpe é exagero. Um golpe precisa de um líder, de alguém que o estimule, além do apoio de outras instituições, como as Forças Armadas. E isso não aconteceu,”, afirmou o novo presidente da Câmara.

Neste sábado (8) foi a vez de Bolsonaro sair do porão e mostrar a relação de intimidade com Motta e a negociata que garantiu os votos dos mais de 90 deputados da bancada neofascista comandada por ele para a eleição do candidato de Lira à sucessão na Câmara.

"Que Deus continue iluminando o nosso presidente Hugo Motta, bem como pais e mães voltem a abraçar seus filhos brevemente. Essa anistia não é política, é humanitária", escreveu Bolsonaro em mensagem a aliados, segundo informações de Guilherme Seto, na Folha de S.Paulo.
 

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