O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, publicou uma mensagem de solidariedade nas redes sociais direcionada ao colega Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos e processos relacionados à tentativa de golpe de Estado desfechada por Jair Bolsonaro (PL) e seus colaboradores entre o fim de 2022 e o começo de 2023. Moraes vem sendo alvo de ataques do governo recém-empossado do presidente dos EUA Donald Trump, infernizado dia e noite por bolsonaristas, sobretudo pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que exige sanções e “punições” para o magistrado que julgará seu pai.
“São compromissos indeclináveis, pelos quais cabe a todos os brasileiros zelar, por isso manifesto a minha solidariedade pessoal ao colega Alexandre de Moraes”, escreveu Dino em referência ao colega de Corte, ao falar sobre o comprometimento que cada cidadão deve ter na preservação da democracia brasileira, sobretudo quando se faz parte da mais alta instância do poder Judiciário nacional.
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Entre as “punições” que Moraes poderia receber das autoridades norte-americanas está a suspensão de seu visto para entrar nos EUA, uma bobagem que só tem valor para os fanáticos seguidores do ex-presidente. Sobre isso, Dino usou de seu humor ácido e inteligente para debochar da hipótese, o que enfureceu os bolsonaristas.
“Tenho certeza de que ele permanecerá proferindo ótimas palestras em todo o território brasileiro, assim como nos países irmãos. E se quiser passar lindas férias, pode ir para Carolina, no Maranhão. Não vai sentir falta de outros lugares com o mesmo nome”, tirou sarro o ministro.
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Moraes não dá a mínima para o visto dos EUA
“Ah, parece que jogo virou! Agora o Moraes vai ver só, vão cancelar o visto dele de entrada nos EUA”. Frases como essa se repetem nas bolhas bolsonaristas nas redes sociais depois que o governo de Donald Trump resolveu entrar no jogo de bobajadas e distorções patrocinado pela família do líder da extrema direita brasileira, que faz um verdadeiro inferno com seu “representante” em Washington, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). Ele até convenceu um parlamentar de lá a apresentar uma lei, que foi aceita e deve ser discutida, para que o ministro do STF seja impedido de entrar em território norte-americano.
Mas e “Xandão”, como encara essa hipótese de ter seu visto sustado e não poder mais pisar na terra do Tio Sam? Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, para o magistrado isso não faz diferença alguma. Ela ouviu pessoas de convívio mais próximo com Moraes.
“Ele [Moraes] não tem especial interesse em viajar a turismo pelos EUA, e nem planos para qualquer visita ao país”, disse um interlocutor à jornalista. De acordo com essas pessoas, o ministro do Supremo nem é afeito a frequentar a nação da América do Norte, algo que ele fez pela última vez em novembro de 2022 para participar de um evento do grupo Lide, comandando pelo ex-governador paulista João Doria, e que acabou em confusão por conta da gritaria e dos xingamentos que os “patriotas” bolsonaristas que vivem lá protagonizaram. O episódio é mais lembrado pela frase “Perdeu, mané... Não amola”, do ministro Luís Roberto Barroso, que sacaneou a claque e deixou os extremistas furiosos.
As pessoas ouvidas lembraram também que o ministro já foi convidado outras vezes para ir aos EUA em eventos, mas que recusou. Pelo visto, ele não se importa muito e sequer gosta de passear por aquelas bandas. Moraes vai muito, sim, à Europa, onde faz turismo com a família e também participa de congressos e simpósios, em países como Portugal, Itália e Inglaterra.