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Novas “exigências” de Bolsonaro para julgamento no STF são inacreditáveis

Ex-presidente parece não entender o que está acontecendo e a gravidade de sua situação. Defesa listou “três demandas” ao Supremo, que age com paciência diante da arrogância do extremista

Jair Bolsonaro insufla seus fanáticos seguidores no Recife.Créditos: Fotoarena/Folhapress
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Para crentes e não crentes, a mensagem contida na bíblia, em Provérbios 16:18, é a mais pura realidade: “A arrogância precede a queda”. Sendo ela verdadeira, então a queda de Jair Bolsonaro (PL) deve estar, de fato, muito próxima, já que o ex-presidente de extrema direita e também sua defesa não cessam os seus rompantes de soberba mesmo diante do cenário judicial catastrófico que ele atravessa.

Denunciado por cinco crimes, sendo três deles muito graves (organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito), num processo que analisará um inquérito primoroso da Polícia Federal com 884 páginas e repleto de provas, de onde teve origem a avassaladora denúncia da PGR que esmiuçou as entranhas de seus crimes num documento de 272 páginas enviado ao STF, Bolsonaro poderá pegar uma pena de até 40 anos de prisão, o que inevitavelmente o colocará no cárcere por uns bons anos. Ainda assim, ele segue desafiador, bradando pelos quatro cantos que está “cagando para a cadeia”.

Mas a coisa não para por aí e ele e seus advogados parecem mesmo dispostos a enfrentar o poder Judiciário, ainda que a atitude seja inequivocamente ridícula, já que o antigo ocupante do Palácio do Planalto é um notório tigre de papel que só berra.

Agora, a defesa do ex-presidente peita de novo o STF e “faz exigências”. Há uma semana, os advogados de Bolsonaro foram ao Supremo e pediram 83 dias para analisar a denúncia da PGR, o mesmo tempo que o procurador-geral Paulo Gonet utilizou para produzir o documento. A lei é clara e estabelece a todos o prazo de 15 dias para a defesa. O pedido, por óbvio, foi negado.

Mas Bolsonaro não se deu por vencido. Ele determinou aos advogados que entrem novamente com o mesmo pedido, solicitando 83 dias, e “exigem” que o mérito da solicitação seja analisado pelo plenário do STF, ou seja, por todos os ministros, algo claramente sem sentido e sem amparo na legislação.

Como se não bastasse, sua defesa pede também que os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, indicados por Lula (PT), sejam impedidos de participar do julgamento de Bolsonaro na Primeira Turma do STF, onde o processo correrá quando tiver início, até o veredicto. O próprio Supremo já deixou claro que não vai declarar nenhum de seus integrantes suspeito ou impedido, tendo em vista que essa questão já foi analisada anteriormente e definida.

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