TEMPO SE ESGOTANDO

Sem clima no Congresso para salvar Bolsonaro

Parlamentares avaliam que não há votos para anistia e cenário político só piora para o ex-presidente

Créditos: Gabriel Biló / Folhapress
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No Congresso Nacional, a avaliação predominante entre parlamentares é de que não há espaço para qualquer medida que possa reverter a situação de Jair Bolsonaro. Com múltiplas investigações e denúncias em curso, o ex-presidente caminha para uma condenação inevitável, sem qualquer chance real de amparo legislativo. Além disso, parlamentares afirmam que a imagem de Bolsonaro está cada vez mais desgastada, o que dificulta ainda mais qualquer tentativa de articulação para protegê-lo.

Mesmo que houvesse uma revisão da inelegibilidade de Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o cenário seguiria desfavorável devido às demais acusações que enfrenta. A recente denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a perspectiva de novas investigações dificultam ainda mais qualquer tentativa de articulação favorável a Bolsonaro dentro do Congresso. Fontes internas apontam que há um consenso entre líderes partidários de que qualquer esforço para salvá-lo representaria um grande risco político, podendo afetar inclusive parlamentares que hoje compõem sua base.

A possibilidade de aprovar uma anistia é considerada inexistente, tanto pela falta de votos como pelo desgaste político que uma medida desse tipo geraria. Parlamentares de diversas bancadas afirmam que não há apoio suficiente para um movimento de resgate político do ex-presidente. O tema, que em outros momentos foi debatido nos bastidores, já não desperta qualquer adesão significativa entre lideranças do Congresso, que veem a situação de Bolsonaro como um peso morto dentro do cenário político atual.

Até mesmo a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), que chegou a cogitar estratégias para conter uma eventual tentativa de anistia, abandonou completamente essa hipótese, pois não enxerga risco real de que o tema avance no Legislativo. O governo federal, por sua vez, também não enxerga necessidade de se envolver em discussões sobre anistia, já que considera a situação política de Bolsonaro como um fator desmobilizador dentro da oposição.

Os aliados mais radicais de Bolsonaro, concentrados na extrema direita da Câmara, devem continuar promovendo manifestações e discursos acalorados em sua defesa. No entanto, a influência política do ex-presidente está enfraquecida, e ele não possui capacidade de mobilização suficiente para mudar o cenário a seu favor. Mesmo entre seus apoiadores mais fiéis, há uma percepção de que a agenda bolsonarista perdeu força, e que eventuais tentativas de salvar o ex-presidente do cerco jurídico dificilmente terão sucesso.

O consenso entre parlamentares é de que Bolsonaro, isolado e sem força legislativa, dificilmente conseguirá escapar das consequências jurídicas que se acumulam contra ele. O cenário aponta para um ex-presidente cada vez mais fragilizado, tanto do ponto de vista político quanto jurídico. O enfraquecimento de sua base de apoio e a dificuldade de articulação dentro do Congresso tornam qualquer possibilidade de salvação praticamente inexistente. No ritmo atual das investigações e denúncias, Bolsonaro pode se tornar, nos próximos meses, um dos maiores exemplos de decadência política recente no Brasil.

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