JORNADA DE TRABALHO

Fim da escala 6x1 deve ser uma das "agendas prioritárias" de 2025, defende Zé Dirceu

"É hora de o PT, os sindicatos e entidades da sociedade civil assumirem este desejo nacional dos trabalhadores da área de serviços", aponta ex-ministro

Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado
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O ex-ministro José Dirceu defendeu, em artigo publicado nesta quinta-feira (20), que o fim da escala 6x1 seja uma das "agendas prioritárias" em 2025. "É hora de assumir com garra esta bandeira para acabar com o regime de semi-escravidão dos empregados do comércio, que não podem desfrutar do fim de semana com seus familiares e amigos", pontua.

Dirceu ressaltou que se trata de um debate que, no Brasil, está muito atrasado quando comparado a outros países. "Quando em várias partes do planeta se discute a redução da jornada de trabalho para 36 horas, que podem ser concentradas em quatro dias de trabalho, no Brasil ainda enfrentamos uma situação de absurda exploração do trabalho, que nada tem a ver com as demandas do século 21", diz ele, no texto publicado no Congresso em Foco

Na Câmara dos Deputados, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Érika Hilton (Psol-SP) propõe, além do fim da escala 6x1, a fixação da jornada de trabalho semanal de 36 horas, no mesmo sentido de outra proposta, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que estabelece um prazo de dez anos para a adaptação das empresas ao novo regime. A primeira deve ser apensada à segunda em sua tramitação na Casa.

'Escravidão moderna'

Fundador do PT, ele dá duas razões principais do porquê é fundamental a campanha pelo fim da escala 6x1. "Em primeiro lugar, por uma questão elementar de defesa dos direitos dos trabalhadores, onde se inclui o direito ao lazer. A campanha 'Pela vida além do trabalho', iniciada por Rick Azevedo, um ex-balconista de uma farmácia que acabou se elegendo vereador pelo Psol, no Rio de Janeiro, viralizou nas redes e ganhou apoio de mais de 2 milhões de trabalhadores, pelo simples fato de que responde a uma demanda imediata e latente de todo mundo que trabalha no comércio num regime de 'escravidão moderna', como o classifica Rick Azevedo", aponta Dirceu.

"Em segundo lugar, é uma campanha que tem um enorme apelo e potencial de mobilização não só dos trabalhadores engolidos pela escala 6x1, mas também de seus familiares, que pagam as consequências da redução da convivência em família, e de todos aqueles que defendem uma vida melhor para todos, com salários dignos, boa atenção médica e tempo para o descanso e lazer. E precisamos de iniciativas que mobilizem a população para enfrentar o avanço da extrema direita e de sua pauta de eliminação de direitos dos trabalhadores."

Dirceu é taxativo ao dizer que "é hora de o PT, os sindicatos e entidades da sociedade civil assumirem este desejo nacional dos trabalhadores da área de serviços e se somarem, com energia e força, ao movimento contra a escala 6x1".

Confira a íntegra do artigo

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