TENTATIVA DE GOLPE

Denunciado, Bolsonaro apela por anistia a deputados, que querem Múcio como testemunha de defesa

Após denúncia, líder da oposição, Zucco ecoou Bolsonaro em tom de desespero: "como se faz um golpe sem instituições, como se faz um golpe sem armas?". Veja vídeos

Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados em 2021.Créditos: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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Um dia após ser denunciado pelo Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, como líder da organização criminosa que tentou um golpe de Estado após ser derrotado por Lula nas eleições presidenciais, Jair Bolsonaro (PL) se reunirá com deputados aliados para clamar pela tramitação urgente do PL da Anistia, na esperança de se livrar da prisão.

Segundo fontes do Supremo Tribunal Federal (STF), a corte deve acatar a denúncia, colocar Bolsonaro no banco dos réus e finalizar o julgamento ainda em 2025, para não contaminar o cenário eleitoral em 2026. A interlocutores, ministros afirmam que as denúncias e provas contra a organização criminosa são bastante contundentes, o que pode levar o ex-presidente à prisão até o final do ano.

A reunião na Câmara é organizada pelo líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), que em coletiva na noite desta terça-feira (18), mostrou certo desespero ao atacar as investigações ecoando o discurso de Bolsonaro: "como se faz um golpe sem instituições, como se faz um golpe sem armas?", indagou.

"A gente entende que essa ação de cunho midiático, ideológico, político, só venha prejudicar o cenário nacional", afirmou, ressaltando pesquisa encomendada pelo PL em que Bolsonaro venceria Lula em 2026.

Em meio à entrevista após a denúncia da PGR, o deputado Hélio Lopes (PL-RJ), que chegou a adotar a alcunha de Hélio Bolsonaro, sinalizou que Bolsonaro deve pedir que o Ministro da Defesa, José Múcio, seja convocado como testemunha no processo.

“Não existe um crime sem o emprego das Forças Armadas, é só se atentar ao detalhe do José Múcio. Eu espero que a defesa do presidente Jair Messias Bolsonaro, meu irmão, chame o ministro da Defesa, José Múcio”, afirmou Lopes, que é vice-líder do governo, citando entrevistas de Múcio.

Em entrevista ao Roda Viva no dia 10 de fevereiro, o ministro da Defesa defendeu a dosimetria nas penas e afirmou que apenas o STF vai poder afirmar se houve, de fato, uma tentativa de golpe. "Se foi um golpe, quem organizou que pague. E aqueles que tomaram seus ônibus, estavam lá tirando foto do celular? Tinham os que entraram quebrando, tem os que ficaram do lado de fora. Tem de todo tipo. Você não pode condenar uma pessoa, dar a mesma pena a quem armou, a quem financiou, a uma pessoa que foi lá encher o movimento".

Em nota de repúdio, os deputados bolsonaristas afirmam que a denúncia de Paulo Gonet "carece de fundamentação jurídica sólida e parece estar alicerçada em interpretações subjetivas, desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações imputadas".

"A Liderança da Oposição reafirma seu total apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, um líder que sempre se pautou pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de Direito. Rejeitamos com firmeza qualquer tentativa de criminalização de sua trajetória política e denunciamos essa ação como uma ofensiva seletiva com motivações que transcendem o campo jurídico", diz o texto.

 

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