Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta terça-feira (21), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, explicou por que o preço dos alimentos subiu nos últimos anos e o que o governo federal está planejando para baixar os valores em 2025, meta definida como prioridade pelo presidente Lula (PT) em reunião ministerial nesta segunda-feira (20).
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O ministro afirmou que uma das principais preocupações demonstradas por Lula durante a reunião foi com a alta de preço dos alimentos. Teixeira, então, explicou em três razões o motivo deste cenário.
O primeiro motivo explicado pelo ministro foi o preço do dólar. "Temos uma agricultura exportadora e todos os produtos que são exportáveis eles passam a ser apreciados no mercado interno de acordo com o valor do dólar. Então, esse é o problema", afirmou Teixeira. "Onde houve um pequeno crescimento da inflação de alimentos em 2024 foi quando o dólar cresceu", completou o ministro.
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A segunda razão é a climática, conforme Teixeira. "No ano passado, em janeiro, fevereiro e março, houve um aumento [do preço] dos produtos devido à crise climática. O próprio café viveu quatro crises de secas e geadas, o que acabou diminuindo o volume de produção", explica o ministro, reforçando que o tema climático interfere diretamente no preço dos alimentos.
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Já o terceiro motivo se refere ao ciclo pecuário, que provoca aumento ou diminuição do preço da carne de acordo com o abate de animais. Nesse ciclo, a menor ou maior oferta é determinada pelo preço do bezerro e pela reposição. Quando o preço da reposição é atraente, há maior retenção de animais, o que reduz a oferta para abate e o preço sobe.
O quarto e último aspecto explicado pelo ministro é a economia aquecida, que aumenta o consumo devido ao aumento da renda da população que é direcionado à compra de alimentos.
Medidas para baixar os preços
Em relação às medidas que serão tomadas pelo governo federal para baixar os preços dos alimentos, Teixeira destacou as três principais. A primeira é o aumento de crédito. Em julho de 2024, Lula lançou o maior Plano Safra, com valores recordes e mais subsídios para a produção de alimentos que vão para a mesa dos brasileiros. "Essa medida já foi adotada e a gente está colhendo os frutos", afirma o ministro.
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A segunda medida, que Teixeira afirma que irá reforçar junto ao governo, se refere a aumentar os recursos de assistência técnica e extensão rural. "A agricultura, em função das mudanças climáticas e tecnológicas, requer mais assistência técnica e uma parte dos agricultores do Brasil demanda essa assistência", explica o ministro.
"Por exemplo, estamos prevendo o aumento de 1 milhão de toneladas de arroz para 2025 e uma diminuição do custo está prevista para março em função do aumento da produção principalmente no Centro-Oeste, porque a Embrapa desenvolveu uma espécie de arroz que se adapta às terras altas, então ela vai entrar no rodízio de produção dos pivôs do Centro-Oeste onde há outros tipos de produção como soja, milho, cenoura. Agora, junto à produção de soja, poderá ter a produção de arroz e o preço irá cair", explica Teixeira.
A terceira medida destacada por Teixeira é a criação de um estoque-regulador, chamados de "contratos de opção", em que o governo oferece para comprar a produção do agricultor caso ele não consiga vender a saca até um determinado preço. "É uma garantia de preço de estoque que iremos fazer para o arroz", declara.
O ministro também comentou sobre a isenção de impostos a determinados alimentos na Reforma Tributária. Com a medida, todos os alimentos frescos e de baixo processamento da agricultura familiar estão isentos de tributos, inclusive a carne. "Nós entendemos que se conseguirmos implementar todas essas políticas juntas podemos ter uma diminuição do preço dos alimentos e controlar a inflação, que é bem pontuada pelo presidente Lula e foi um das responsáveis pelas derrotas na Europa da esquerda e dos democráticos nos Estados Unidos", pontuou Teixeira.
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Na entrevista ao Fórum Onze e Meia, o ministro também comentou sobre as ações do governo Lula nos últimos dois anos e as expectativas para 2025, além dos ataques ao Movimento Sem Terra (MST). A entrevista completa com o ministro pode ser assistida pelo canal da TV Fórum abaixo: