Aproveitando o factoide propagado pela Folha de S.Paulo e Glenn Greenwald, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criou uma fake News para incitar extremistas a participarem do ato em que querem pedir, mais uma vez, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em vídeo divulgado na rede X na manhã desta terça-feira (20), o filho de Jair Bolsonaro (PL) fala textualmente em "vazamento do WhatsApp do Alexandre de Moraes" em uma mentira deslavada para incendiar ainda mais a horda de apoiadores.
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A verdade é que não houve quaisquer vazamentos de WhatsApp do ministro, mas sim de conversas entre assessores e um ex-assessor, Eduardo Tagliaferro, que comandou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tagliaferro é o principal suspeito de ter vazado as conversas para se vingar de sua demissão da assessoria. No dia 9 de maio de 2023, um dia após a prisão, ele foi exonerado por Moraes “devido sua prisão em flagrante por violência doméstica e aguardará a rigorosa apuração dos fatos”.
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No vídeo, Eduardo Bolsonaro sela a parceria com a Folha para criar a mentira e arregimentar os extremistas para o ato, marcado para a avenida Paulista, no dia 7 de setembro.
"Há muito tempo a democracia brasileira anda mal das pernas. A gente sabe disso. O que a gente não sabia era apenas como era executada toda essa atrocidade. Depois do vazamento do WhatsApp do Alexandre de Moraes e os seus comparsas está tudo claro e a gente consegue ver como que é baixo o nível no maior escalão do poder judiciário", afirmou Eduardo, voltando a incitar ataques ao Supremo.
"E é por isso que eu quero você, se concorda comigo de que a gente precisa resgatar nossa liberdade de expressão, resgatar nossa Constituição, é preciso fazer o impeachment de Alexandre de Moraes", disse Eduardo.
Mentiras contra a PF
Além dos ataques ao ministro e ao STF, Eduardo Bolsonaro virou alvo de uma ação movida pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), por ataques ao delegado Fábio Alvarez Shor, que atua nos casos relatados por Alexandre de Moraes.
“A imunidade parlamentar não autoriza qualquer pessoa a propagar acusações infundadas e ofensas que têm o objetivo de constranger o delegado que atuou no estrito cumprimento do dever legal, visando a desqualificar o trabalho técnico e independente realizado pela Polícia Federal”, diz a ADPF em nota.
“A imunidade parlamentar, conquistada para proteger a liberdade de expressão e o exercício do mandato, não pode ser usada como escudo para o cometimento de crimes contra honra e para a perigosa incitação de ataques pessoais”, segue o texto.
Além de Eduardo Bolsonaro, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) também é alvo da ação dos delegados federais na Justiça e na Comissão de Ética das duas casas legislativas.
A ADPF “clama que o Poder Judiciário e o parlamento brasileiro ajam com rigor e imponham as sanções necessárias para frear essa escalada de ataques que coloca em risco não apenas a reputação, mas também a segurança do delegado e de sua família”.