SEM ANISTIA

Com ataques a Moraes, Folha fala em libertar golpistas de 8 de janeiro

Pastelaria da Folha está a toda na produção de pastéis de vento contra o ministro do STF Alexandre de Moraes em nova ação da guerra midiática contra o governo do presidente Lula

Créditos: Reprodução / Psol
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A mídia hereditária é de direita, mas topou se aliar à esquerda para livrar o país do caos de Bolsonaro. Mas agora, com os bons resultados do governo Lula, está preocupada que ele consiga se reeleger e vem numa guerra midiática incessante para enfraquecê-lo.

Novamente parece que decidiram se aliar à extrema-direita como em 2018. Com seus ataques a Alexandre de Moraes, a Folha está saindo como desbravadora.

De início, com a matéria do "fora do rito", um pastel de vento que não se sustentava, mas que precisava justificar-se. 

Surge então uma série de reportagens cheias de vento como a primeira e igualmente com títulos maliciosos.

A matéria, baseada nos mesmos vazamentos da primeira, mostra assessores de Alexandre de Moraes frustrados com as negativas da Interpol e do governo dos Estados Unidos em atender pedidos do ministro. A Interpol, de colocar o foragido Allan dos Santos na lista vermelha dos procurados, e o governo dos EUA de extraditá-lo para o Brasil.

São conversas informais tratadas pela Folha como conspiração, até que, ao final da matéria, vem a frase "bombástica" para ser usada nas redes bolsonaristas.

Mais tentativa de dar um ar grave a um acontecimento banal veio em outra matéria.

No mesmo dia em que a Folha publicou a primeira reportagem com ataques a Alexandre de Moraes, houve à noite um jantar na casa do ministro Gilmar Mendes, em comemoração ao aniversário da esposa do ministro.

Lá estiveram presentes todos os ministros do STF, menos a ministra Cármen Lúcia.

Do que trata esse outro pastel de vento? Que os ministros que lá estavam, se encontraram e conversaram... Conversaram inclusive sobre a reportagem da Folha... Todos também declararam que não havia nada de mais na matéria.

Por fim, a Folha diz que os pronunciamentos oficiais dos ministros no dia seguinte, todos em defesa de Alexandre de Moraes, teriam sido combinados no jantar, quando, na realidade, eram as mesmas opiniões que todos declararam separadamente: a matéria da Folha não apontava nenhuma ilegalidade cometida pelo ministro Alexandre de Moraes ou sua equipe.

 As declarações bateram de frente com editorial da Folha sobre o caso:

A Folha, que naturalmente sabe muito mais de Justiça do que os membros do STF (pelo menos pensa assim), escreveu editorial que mostrava, em seu último parágrafo, o objetivo das matérias "fora de rito" publicadas contra Moraes:

Não é de hoje que a Folha trabalha contra o presidente Lula. Em 18 de agosto de 2018, o presidente Lula, mesmo preso em Curitiba, liderava as intenções de voto para presidente da República.

Lula tinha mais intenção de votos que todos os outros candidatos somados. 20 pontos de vantagem sobre Bolsonaro. E o PT pretendia que ele fosse candidato mesmo preso, porque, pela Constituição, todo mundo é inocente até o trânsito em julgado e o processo de Lula ainda não havia chegado ao STF.

Juristas afirmavam ser possível a candidatura. Havia muitos apoios a Lula. 

Mas a Folha escolheu a dedo um apoio a Lula para estampar em sua primeira página, que valia quase que como um editorial contra sua candidatura.

O ex-deputado Eduardo Cunha, um dos homens mais odiados do Brasil, preso após ter conseguido o impeachment de Dilma, da cadeia defendeu o direito de Lula ser candidato.

Tinha um outro apoio à candidatura Lula que a Folha poderia citar, mas desprezou. Um apoio muito mais poderoso e qualificado:

O Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos do Secretariado da ONU defendeu a candidatura Lula "como candidato às eleições presidenciais de 2018, incluindo acesso apropriado à mídia e aos membros de seu partido político, bem como não impedir o autor de concorrer às eleições presidenciais de 2028, até que os pedidos pendentes de revisão de sua condenação tenha sido concluídos em procedimentos judiciais justos e a condenação tenha se tornado final".

Em vez disso, a Folha preferiu Cunha para manter a pressão sobre o STF, pressão a que se juntou o comandante do Exército na época, general Villas Bôas, e que acabou impedindo a candidatura de Lula pelo STF.

Ainda assim, para desespero da mídia e da direita, a troca de candidatura de Lula por Haddad estava dando certo, como mostram essas duas pesquisas, do Ibope e do Datafolha, que apontam vitória de Haddad sobre Bolsonaro, após um crescimento, desde a saída de Lula.

Haddad já havia ultrapassado Bolsonaro por 4 pontos, no Ibope, e seis, no Datafolha. Números que foram esmagados pelo disparo ilegal de centenas de milhões de mensagens via WhatsApp, com mamadeiras de piroca, educação sexual nas escolas, acusações de pedofilia, que tumultuaram e trouxeram resultados surpreendentes nas eleições em todo o Brasil.

Agora, a Folha quer dar força à extrema direita com seus ataques a Moraes, abrindo a possibilidade de libertação dos golpistas de 8 de janeiro.

 

"Há acusados e investigados que poderão,  com base nas informações que vêm sendo levantadas pelo jornalismo profissional (ou seja, a Folha, que é a única que tem em mãos o material dos vazamentos dos telefones, confessa), solicitar a nulidade de provas ou a reversão das decisões".

 

Liberdade para os golpistas, em suma.

Tudo para emparedar o governo do presidente Lula e tentar uma candidatura mais palatável à direita, um Bolsonaro de sapatênis. Como o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, o candidato da mídia no momento.