Em uma entrevista recheada de perguntas capciosas na Rádio Gaúcha durante sua visita a Porto Alegre na manhã desta sexta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicou o motivo de não manter qualquer tipo de relação com o antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
Ao ser indagado "se o Brasil não vive mais sem Lula versus Bolsonaro", o presidente lembrou que nunca teve quaisquer tipo de relações com o ex-mandatário e que não pretende ter, mesmo com um governo de frente ampla, que agrega muitos adversários políticos.
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"Vive [sem Lula versus Bolsonaro]. Quem decide é o povo", respondeu o presidente, ouvindo da jornalista que "o povo sempre polariza e o senhor fala do Bolsonaro três ou quatro vezes".
"Até não gosto de falar o nome das pessoas, mas é importante sempre lembrar que nós vivemos um momento histórico nesse país em que o argumento perdeu importância. O que tem importância são os memes, as fake News, a mentira, a denúncia fácil e irresponsável, o achincalhamento das pessoas", disse Lula.
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O presidente ainda lembrou que o Brasil viveu um "momento de anomalia" com a ascensão de Bolsonaro e da cultura de ódio e lacração nas redes, após anos de disputa política entre PT e PSDB.
"Eu tenho saudade quando nosso adversário era o PSDB, porque era uma política civilizada. A gente termina o comício e encontrava o adversário no restaurante e se abraçava, se cumprimentava. Hoje você tem a turma do ataque, as pessoas são ofendidas nas ruas, na porta de casa, achincalhadas no restaurante", afirmou.
"E te digo uma coisa: todas as pessoas que ofende alguém publicamente, se entrar num restaurante e te ofender pode estar certo que aquela pessoa é 171. Pode estar certo que aquela pessoa tem problema com a polícia, é estelionatário. Porque não é normal", emendou.
Lula, então, foi indagado "se o Bolsonaro passar aqui hoje vocês vão se cumprimentar?". E respondeu de bate pronto.
"Eu nunca tive relação com Bolsonaro. E você viu que em um debate na campanha ele queria encostar e eu disse: não encosta perto de mim", disparou.
"Porque ele é um cidadão incivilizado. Eu não preciso da amizade dele. Eu preciso da amizade e do reconhecimento do povo brasileiro. Dele não preciso. E prefiro lidar com político que tenha decência, maturidade, que tenham programas para o país. Ele não sabe discutir. É só ver os candidatos dele nessas eleições à prefeitura, como eles participam dos debates", concluiu.
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