O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) determinou que a Polícia Federal (PF) abra inquérito para investigar possível crime eleitoral de Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSOL-SP), que concorrem à prefeitura de São Paulo.
A informação foi divulgada pela jornalista Raquel Landim, do UOL. A decisão do MP acata uma denúncia do PSOL contra postagens nas redes sociais em que Marçal afirma que Boulos seria usuário de cocaína, sem apresentar provas.
Te podría interesar
Para o promotor eleitoral, Nelson dos Santos Pereira Júnior, da 2ª Zona Eleitoral da capital paulista, há indícios de crimes eleitorais cometidos por Marçal. Ele pode ter violado ao menos três artigos do Código Eleitoral brasileiro.
"Os fatos trazidos pelo noticiante deram conta que o noticiado revela ato de pré-campanha, já que divulgou em suas redes sociais, conforme documentos trazidos com a inicial. Tal afirmação teve nítido propósito de campanha, pois ainda completou a firmando que o noticiante não reunia as condições para assumir o cargo de prefeito do qual é pré-candidato. (...) Há tipo penal específico no nosso Código Eleitoral criminalizando tal conduta. Insta registrar que o tipo do artigo 323 do Código Eleitoral tutela a veracidade de qualquer tipo de propaganda – seja ela de pré ou de campanha – e quer evitar que o eleitor se deixe influenciar pela 'informação manifestamente desonesta’ propagada contra determinado candidato ou partido”, escreveu o promotor.
Te podría interesar
No pedido, o PSOL reforçou que as acusações de Marçal não são apenas um “ataque à honra de Boulos”, mas configuram crime eleitoral por terem “potencial de enganar e influenciar uma gama enorme de pessoas que eventualmente teriam no noticiante uma referência e um provável escolhido para a votação de outubro".
Acusações de Marçal
A primeira vez em que Marçal acusou Boulos de ser usuário de drogas foi no primeiro debate eleitoral promovido pela Band, no dia 8 de agosto. Ele chegou a fazer um gesto insinuando que o candidato do PSOL seria "cheirador de cocaína". Esse trecho do debate foi recortado e divulgado nas redes sociais de Marçal, que também recebeu ordem da Justiça, duas vezes, para retirar o conteúdo do ar.
LEIA MAIS: Pablo Marçal acusa Boulos de cheirador: "Estamos diante de um psicopata", diz Boulos