Os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRTB) voltaram a se rivalizar. Desta vez, Marçal insinuou que o pai de Tabata se suicidou devido ao fato de ela ter ido estudar em Harvard, nos Estados Unidos. Em resposta, Tabata criticou duramente Marçal. Esta, que não é a primeira vez que o empresário ataca a deputada, já fez comentários machistas e misóginos, afirmando que Tabata não poderia ser prefeita de São Paulo "porque não era casada".
"É uma falta de caráter absurda, é perverso, é nojento mesmo. Com 18 anos, eu estava num país estranho e estudava o dia inteiro e trabalhava à noite com um babá pra mandar dinheiro pra minha mãe. Pablo Marçal, com essa mesma idade, fazia parte de uma quadrilha de roubo de banco”, disse a deputada em um vídeo gravado nas redes sociais. “Eu não espero nenhuma decência do Pablo Marçal, mas dessa vez ele foi mais baixo do que eu achava que alguém iria. Só que eu não me abalo. Deu, levou. É até bom pros paulistanos verem logo quem ele é”.
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Nesta quinta-feira (4), o bolsonarista fez uma fala cruel durante uma entrevista a um podcast da IstoÉ, explorando com baixeza extrema um drama pessoal de Tabata. “Eu também vim da periferia. Eu também tive um pai que foi alcoólatra, mas a família ajudou e ele deixou o alcoolismo. Já sobre o pai dela, ela foi para Harvard, e o pai dela acabou morrendo”. Veja nesta matéria da Fórum.
Segundo a deputada federal, seu pai sofria de bipolaridade, o que levou ao alcoolismo e ao uso de crack. À época, ele não havia sido diagnosticado com a doença e o suicídio aconteceu enquanto ela ainda estava no Brasil, mesmo já tendo sido aceita para estudar em Harvard. Além disso, a pré-candidata lembrou de uma condenação do coach na mesma época do acontecido. “Pablo Marçal, com essa mesma idade, fazia parte de uma quadrilha de roubo de banco”, detonou Tabata.
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Tabata vê traição do partido
Um racha também parece estar se abrindo no lançamento da candidatura de Tabata à prefeitura de São Paulo. Ela tem se mantido discreta desde a decisão do PSDB de lançar Datena como candidato a prefeito, apesar de ter articulado a migração do jornalista, que era filiado ao PSB, para ser seu vice. Aliados da deputada consideram que houve uma quebra de acordo, com relatos de que, em conversas privadas, ela teria usado termos como traição e desrespeito.
O PSDB ainda não anunciou a data de sua convenção para definir a posição na eleição municipal, já o PSB confirmou para o final do mês, 27 de julho. As convenções partidárias devem ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto, com o prazo final de registro das candidaturas em 15 de agosto. O PSDB só discutirá o apoio a Tabata Amaral caso Datena desista de sua candidatura, algo que ele já fez em pleitos anteriores. A estratégia pré-eleitoral da deputada enfoca menos a reciprocidade como retaliação ao PSDB e mais como um ultimato.
Tabata Amaral busca um compromisso público dos líderes do partido, indicando que eles apoiarão sua candidatura caso a de Datena não se concretize. As negociações envolveram tanto o presidente municipal do PSDB, José Aníbal, quanto figuras de destaque nacional como o presidente Marconi Perillo e o deputado federal Aécio Neves, segundo a Folha de São Paulo.
A estratégia visa estabelecer um prazo para que o PSDB e seu parceiro na federação, o Cidadania, anunciem sua posição. Na pré-campanha da parlamentar, outro ponto de tensão surgiu com rumores de que o PSDB poderia convidá-la para ser vice de Datena. Embora nenhum convite tenha sido formalizado, a proposta seria rejeitada imediatamente se fosse feita. Fontes próximas à pré-candidata afirmam que tal sugestão seria inadequada e desrespeitosa.