Jorge Luiz Fernandes, chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), pagou despesas de Jair, Michelle e Rogéria Bolsonaro, mãe do filho do ex-presidente.
As informações foram levantadas por meio de uma perícia realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em dados bancários de Carlos e de seus assessores.
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O relatório com as conclusões foi obtido, com exclusividade, pela coluna de Juliana Dal Piva, no ICL Notícias.
O documento não registrada que Jair Bolsonaro, Michelle ou Rogéria tenham efetuado depósitos ou transferências semelhantes em datas próximas aos pagamentos realizados com dinheiro da conta corrente de Fernandes.
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Com o significativo volume de transações desse tipo, o Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção do MP-RJ analisou por amostragem as movimentações financeiras, sorteando aleatoriamente uma determinada quantidade de documentos.
Entre os boletos sorteados, existem dois pagamentos realizados em 2018 em nome de Jair Bolsonaro, mesmo ano em que ele foi eleito presidente da República. Há, também, um pagamento de despesa para Michelle Bolsonaro, em 2019, quando ela já era primeira-dama.
O chefe de gabinete de Carlos pagou para Bolsonaro uma fatura de seguro automotivo, no valor de R$ 2.319,92, e a fatura de uma administradora de imóveis, de R$ 1.131,51. A despesa de Michelle foi uma multa de trânsito com custo de R$ 311,48. Fernandes ainda pagou uma despesa de Rogéria Bolsonaro, no valor de R$ 806,77.
Michelle, inclusive, já foi alvo de investigação por parte da Polícia Federal (PF) pelo suposto pagamento, por meio do cartão corporativo da Presidência, de despesas pessoais.
Segundo a PF, há provas de que Michelle usou o cartão da Presidência para pagar contas pessoais e até procedimentos estéticos, além de quitar contas de parentes com o cartão.
Em 2023, uma série de denúncias foi feita sobre o uso do cartão corporativo por Michelle, que usava também um esquema similar aos casos de corrupção das rachadinhas - investigados nos gabinetes de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Alerj e de Carlos Bolsonaro (PL-RJ, na Câmara Municipal do Rio.
O pente-fino feito nas contas mostra que a esposa de Bolsonaro teria usado o cartão corporativo até mesmo para colocar novos implantes nos seios.
Jorge Luiz Fernandes está sendo investigado por ser, supostamente, o operador do esquema de rachadinha de Carlos Bolsonaro. Conforme a quebra de sigilos, ele recebeu pouco mais de R$ 2 milhões em sua conta de seis outros nomeados por Carlos Bolsonaro na Câmara.
Carlos, por sua vez, é apontado pelo MP como o comandante de uma organização criminosa para a prática de crimes como peculato e lavagem de dinheiro.
Carro e imóvel em dinheiro vivo sem lastro
Além disso, Carlos Bolsonaro comprou um automóvel utilizando como pagamento R$ 52 mil, em dinheiro vivo, em 2010, e um apartamento no centro do Rio de Janeiro, em 2012, pelo valor de R$ 180 mil.
O problema é que, durante este período, a análise do patrimônio do filho do ex-presidente, realizada pelo Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção do MP-RJ, apontou que ele não tinha lastro para as operações na renda em que recebeu nos dois respectivos anos.
As informações constam e um relatório do MP-RJ, obtido, com exclusividade, pela coluna de Juliana Dal Piva, no ICL Notícias.
“Os anos-calendário 2010 e 2012 apresentaram evidências de patrimônio a descoberto. Importante ressaltar que, ao apresentar ‘patrimônio a descoberto’, o saldo de caixa fica negativo, ou seja, sua renda líquida mensal fica insuficiente para arcar com suas despesas mensais declaradas”, relatou o MP.