FELÍCIO RAMUTH

Felicio Ramuth, vice de Tarcísio de Freitas, é acusado de fraude em licitação

Caso que já se arrasta há vários anos teria ocorrido na Praia Grande, que era governada na época por Alberto Mourão do PSDB, mesmo partido de Ramuth na época

O vice-governador Felicio Ramuth.Créditos: Reprodução de vídeo
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O ex-prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSD), e atual vice-governador de São Paulo, é acusado pelo Ministério Público de fraude em licitações na Prefeitura de Praia Grande, município no Litoral Sul paulista.

O MP aponta supostas irregularidade em três licitações realizadas entre 2014 e 2016 pela prefeitura do balneário, que era governado na época por Alberto Mourão do PSDB, o mesmo partido de Felicio na época.

Segundo o MP, em ação proposta em 2017, a CSJ, empresa que Felicio atuava como consultor, venceu os dois primeiros certames. Já no terceiro, a vencedora foi a Direct Serviços Digitais, firma que era de Felicio, com lance 125% maior do que o contrato anterior. A partir do fim de 2016, a empresa passou a ser controlada pela ex-primeira-dama Vanessa Ramuth, e já teve como outro sócio o pai de Felicio, Elcio Irme Ramuth. Além disso, o proprietário da CSJ havia sido sócio da Direct anteriormente.

A Promotoria aponta que, em duas das licitações, apenas a CSJ e a Direct participaram. Em outro certame, somente a CSJ fez proposta. Segundo o MP, a Prefeitura de Praia Grande deveria ter convidado, no mínimo, três empresas.

Processo volta à primeira instância

Desde a sua abertura, o caso já contou com uma série de recursos movidos pelos réus no Tribunal de Justiça, no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal). Em abril deste ano, o processo retornou à primeira instância, que poderá analisar o mérito da denúncia. Não há um prazo para a sentença ser expedida.

Após inúmeras idas e vindas do processo, a promotoria recorreu em fevereiro de 2021, e voltou a alegar que os denunciados agiram em conluio para fraudar os processos licitatórios e lesaram, assim, os cofres públicos. A ação foi aceita em junho de 2022 pela 13ª Câmara de Direito Público do TJ. A partir de então, as duas empresas e os 13 denunciados voltaram a ser réus. Em março de 2023, Felicio apresentou recursos ao STJ, que foi negado em agosto, e ao STF, que foi negado em fevereiro de 2024.

O que diz a defesa

O vice-governador Felicio Ramuth negou através de sua defesa qualquer irregularidade em relação à ação de improbidade administrativa. Segundo seus advogados, não houve nenhuma ilegalidade nas licitações. Ramuth diz ainda que, mesmo que elas tivessem ocorrido, não poderiam ser atribuídas a ele, que era apenas o responsável por uma das empresas contratadas, sem "qualquer participação na fase interna" dos certames.

Segundo ele, o preço dos contratos foi compatível com o "praticado no mercado", que as licitações não foram objeto de nenhum apontamento por parte do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e que não houve dano aos cofres públicos, já que os serviços foram efetivamente prestados.

Felicio diz também que a Prefeitura chegou a convidar mais empresas para participar das licitações, mas que não houve interesse por parte delas. Já sobre a diferença de preço no certame vencido pela sua então empresa, ele afirma ser justificada pela alteração no objeto contratado, que exigia um sistema mais moderno e atualizado.

Com informações do jornal O Vale