POLÍTICA E RELIGIÃO

Pesquisa mostra o que evangélicos pensam sobre pastores que indicam candidatos nas eleições

De acordo com levantamento do Datafolha, um terço dos fieis discorda da ocupação de cargos político e de poder por lideranças religiosas

Culto evangélico.Créditos: Facebook / IURD
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De acordo com a pesquisa Datafolha sobre o público evangélico na cidade de São Paulo divulgada no último domingo (21), a maioria dos fiéis não aprova quando um pastor usa o altar da igreja para promover um candidato durante as campanhas eleitorais. Foram entrevistadas 613 pessoas no final de junho e a margem de erro da consulta é de 4 pontos percentuais.

Do total, 56% preferia que os pastores não apoiassem publicamente qualquer candidato durante o período de campanhas eleitorais, 70% desaprovam indicações de votos feitas por pastores e 76% se incomodam quando o nome dos políticos é citado no meio do culto.

A pesquisa ainda mostra que o poder de influência dos pastores nas escolhas políticas dos fiéis também é baixo. 90% disseram não se sentir pressionados pelas igrejas a tomarem uma decisão eleitoral e 80% dizem nunca ter escolhido o mesmo candidato do pastor.

Aparentemente o problema dos evangélicos não é a religião na política, mas o contrário. Se por um lado reprovam que os candidatos apareçam nos cultos e que os pastores façam campanha, por outro lado aprovam a presença do discurso religioso em candidatos. 11% dos entrevistados dizem “confiar muito mais” e 20% dizem “confiar um pouco mais” no político que se declara evangélico.

Sobre a presença de líderes evangélicos em cargos públicos e de poder, 6% dos entrevistados concordam com o nível registrado atualmente, enquanto 29% gostariam de uma maior presença religiosa. Apenas 33% discordam da ocupação de cargos de poder pelas lideranças.

Sobre as eleições paulistanas deste ano, 87% dos evangélicos acham importante que os candidatos acreditem em Deus, mas 53% não avaliam que professar a mesma fé seja um pré-requisito fundamental na escolha do voto.