A Polícia Federal (PF) resolveu incluir o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) no inquérito em que investiga o tapa dado por Washington Quaquá (PT-RJ) na cara do bolsonarista Messias Donato (Republicanos-ES) durante a sessão de promulgação da Reforma Tributária, com a presença de Lula, na Câmara Federal.
Em relatório parcial, a PF afirma que tanto Quaquá, quanto Donato cometeram "crime de injúria real" em meio à "discussão acalorada" na casa legislativa.
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"O deputado Washington Quaquá confessadamente desferiu um tapa no rosto do Deputado Messias Donato, logo após haver sofrido um tapa em sua mão e se ver impedido de continuar as filmagens que estaria fazendo do cenário de animosidade instalado do Plenário", diz a PF.
Em seu depoimento à PF, Quaquá afirmou que a discussão teve início porque Nikolas o teria xingado, antes de Donato bater em sua mão.
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"O deputado Nikolas começou a xingar o declarante e tentou o intimidar e foi nesse momento que o deputado Messias Donato desferiu um tapa na mão do declarante na intenção de impedir a filmagem; que o declarante devolveu os xingamentos e também devolveu a agressão, com um tapa no deputado Manoel Messias", diz a transcrição do depoimento de Quaquá.
Por esse motivo, a PF quer ouvir o deputado mineiro, antes de encerrar a investigação.
Entenda
Durante a sessão solene de promulgação da Reforma Tributária no Congresso Nacional, no dia 20 de dezembro de 2023, um pequeno grupo de seis deputados bolsonaristas, comandados por Nikolas Ferreira, começou a insultar Lula, presente na casa, chamando-o de ladrão.
Nas imagens, divulgadas nas redes sociais, Quaquá entra no meio dos bolsonaristas para fazer imagens e dizendo que acionaria a comissão de Ética da Câmara.
Donato, então, dá um tapa na mão do petista, que revida imediatamente com um tapa no rosto do bolsonarista.
"Em relação ao incidente ocorrido, esclareço que minha reação foi desencadeada por uma agressão anterior. O deputado proferia ofensas contra o presidente da República quando liguei a câmera do celular com a intenção de produzir prova para um processo. Foi quando fui empurrado e tive o braço segurado para evitar a filmagem", escreveu o petista nas redes sociais.
E prosseguiu: "Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita e sempre reagirei para me defender. Bateu, levou".
Chorão
No dia seguinte, Donato chorou durante discurso no plenário da Câmara, se vitimizando e se sentindo "humilhado".
"Essa Casa não serve para isso, não é um ringue. A briga é no campo de ideias, cada um fica nas trincheiras que defende. Eu não tenho culpa se eu defendo a vida, a família, os valores cristãos. Eu não tenho culpa", disse Donato, aos prantos, antes de ser acolhido pelos bolsonaristas.
Quaquá não deixou por menos e fez troça do choro de Messias no plenário. "Bolsonarista e fascista chorão! Agora xingar e agredir os outros. Mas não aguenta uma porrada!", escreveu na publicação.