A Polícia Federal voltou às ruas nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (11), em vários estados do Brasil, para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra acusados de terem feito parte da famigerada ‘Abin paralela’, uma estrutura clandestina e criminosa que operou como uma espécie de serviço secreto particular da família Bolsonaro durante os quatro anos de mandato do ex-presidente de extrema direita. No inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal, seu filho Carlos é apontado como o chefe do esquema ilegal, que também teria beneficiados outros membros do clã.
A existência da tal ‘Abin paralela’ não é novidade e suas operações à margem da lei e das instituições de Estado já eram bem conhecidas. No entanto, a operação da PF desta quinta serviu para tornar público também, por meio da retirada do sigilo judicial do processo, outros episódios atribuídos à organização criminosas. Um deles, em especial, assustou os investigadores.
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Dois agentes do esquema clandestino, que foram presos pela PF esta manhã, e que respondiam diretamente ao então chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) verdadeira, o hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), os policiais Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, discutiram sobre dar um tiro na cabeça do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Um dos arapongas a serviço de Bolsonaro diz sobre o magistrado do Supremo “Esse careca tá merecendo algo a mais”. A resposta que ele ouve do outro agente ilegal é de assustar. “Só [fuzil] 7.62... Head shot”, rebate o interlocutor, fazendo referência a uma expressão em inglês utilizadas por atiradores de elite que significa “tiro na cabeça”.
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O papo ameaçador e macabro não para por aí, com o primeiro envolvido na conversa dizendo sem qualquer pudor que “com esse careca filho da puta só tiro mesmo, o impeachment dele não sai”.
Além desse episódio, as investigações tocadas pelos federais trouxeram à tona também inúmeros casos de espionagem contra autoridades dos três poderes, algumas inclusive alinhadas ao bolsonarismo, que passaram o dia se manifestando sobre o método criminoso empregado pelo antigo presidente para monitorar adversários e aliados.