No final de dezembro de 2021, quando as chuvas deixaram 26 mortos e afetaram mais de 640 mil pessoas na Bahia, Jair Bolsonaro (PL) se recusou a interromper suas férias e os passeios de jet ski na Praia do Forte, litoral catarinense, para prestar auxílio aos atingidos pela tragédia.
Passados mais de três anos, derrotado nas urnas e com uma tentativa frustrada de golpe de Estado, o ex-presidente agora tripudia sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, que deixou 172 mortos e mais de 580 mil desalojados desde o início das chuvas, no fim de abril.
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Após mandar os filhos Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para um turismo mórbido com o intuito de lacrar propagando mentiras nas redes, o ex-presidente fez um périplo por cidades do interior paulista, que já faziam campanhas de arrecadação de donativos, para fazer pré-campanha para aliados nas eleições municipais e desferir ataques ao presidente Lula.
Nesta segunda-feira (3), Bolsonaro publicou um vídeo em Guarulhos onde, com a desculpa de arrecadas donativos, fez um palanque e repetiu uma série de ladainhas contra Lula.
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"Se o cara [Lula] é o pai dos pobres, se acabar com os pobres ninguém vota mais nele", disparou, iniciando uma série de ataques contra Lula.
Em seguida, voltou a se vitimizar sobre a série de investigações contra ele e, mesmo após ter furtado joias da Presidência para vender nos EUA, desafiou a o chamarem de ladrão.
"Acusado de fazer um montão de coisa errada, mas não provam nada. É baleia, é joia, é vacina, móveis que eu teria roubado do Alvorada, mas aparecem. É (SIC) carpas, que eu assassinei carpas. É só isso, mais nada", disse.
"Me acusem de corrupção, então. Me chamem de tudo, mas não me chamem de ladrão", emendou, ignorando que a maioria das investigações está em curso.
Na quinta-feira, em Jundiaí, Bolsonaro deu gargalhadas durante café em uma padaria onde esteve para promover a candidatura de José Antonio Parimoschi (PL), candidato do prefeito atual, Luiz Fernando, que deixou o PSDB e se filiou ao PL.
Na cidade, a campanha de doações aos atingidos pela tragédia no Rio Grande do Sul já haviam começado há cerca de um mês e dezenas de caminhões já levaram os donativos para os gaúchos.
A caravana mórbida de Bolsonaro ainda passou por Ribeirão Preto, Rio Claro, Campinas e São Bernardo. Em todas as cidades, o ex-presidente se reuniu com aliados e impulsionou candidatos apoiados por ele nas eleições municipais.