Filho "02" de Jair Bolsonaro (PL), o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ) teve um chilique nas redes sociais na noite deste domingo (2) após o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, fazer um discurso na Parada LGBT+, em São Paulo, dizendo que estava ali para "proteger as famílias".
“Nós estamos aqui, ao contrário do que dizem, para proteger as famílias. Eu não quero que nenhuma mãe tenha que chorar a morte de um filho. Eu não quero que nenhum pai tenha que chorar a morte do seu filho. Quero que todas as mães e os pais possam saber que seus filhos, independente de quem eles sejam, de como eles quiserem amar, que eles vão voltar pra casa vivos. Vão ter uma vida digna, vão ser respeitados”, disse o ministro na Parada, que levou milhares de pessoas de verde e amarelo na Avenida Paulista, em uma ressignificação do "patriotismo" bolsonarista.
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Em publicação na rede X, Carlos Bolsonaro teve um chilique e surtou, em tom exclamativo, dizendo que "Parada Gay não é lugar de criança e adolescente".
O filho de Bolsonaro citou um projeto que teria apresentado na Câmara Municipal do Rio para proibir crianças e adolescentes no evento similar que acontece no Rio.
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O vereador diz que quer "punições administrativas severas no caso de participação desse público em trajes sumário".
"Mais: ficam proibidas quaisquer menções a uma fantasiosa realidade "trans" para crianças e adolescentes ou o incentivo à realização de cirurgias de mudança de sexo para este grupo (as mutilações que vêm causando uma explosão de crianças e adolescentes depressivos e suicidas)", disparou Carlos, incitando a horda fascista.
"Confronto” contra homossexuais
Em vídeo que viralizou na tarde de sábado (1º), na véspera da Parada LGBT+ na Paulista, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) pregou o “confronto” com "homossexuais". Em pregação pra lá de política, o deputado federal reclamou de uma igreja que anunciava “Jesus para todxs”.
“'Jesus pra todxs'. Isso aqui é de uma igreja gigantesca e eles têm um culto específico para homossexuais. Mas Nikolas, é errado ter um culto só para homossexuais? Claro que não. A igreja tem que saber receber qualquer tipo de pessoa, qualquer tipo de pecador. [O problema é que] eles chamam os homossexuais de coloridos e o culto chama-se 'Alegria'. Sabe o que é chamar a homossexualidade de ‘coloridos’? É colocar pompom no pecado. É glamourizar algo que está te levando para o inferno”, começou o deputado bolsonarista - veja vídeo.
Verde e amarelo
A multidão que lotou a avenida Paulista neste domingo (2) inclui o verde e amarelo no figurino arco-íris, que representa a luta LGBT+.
As cores da bandeira nacional, que nos últimos anos foram apropriadas pela extrema direita bolsonarista, foram ressignificadas a pedido dos organizadores da Parada e agora voltam a ser utilizadas para expressar a diversidade da população brasileira.
Um vídeo que mostra um grupo de pessoas dançando uma coreografia sincronizada, vestidas como líderes de torcida com saia e top verde e amarelo, viralizou nas redes sociais.
O dress code desse ano foi inspirado pelo histórico show da Madonna, realizado no último mês na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Entre outros detalhes, a Rainha do Pop usou as cores nacionais e tirou o sono dos bolsonaristas, o que fez com que o coletivo organizador da Parada sugerisse seu uso.
"Basta de negligência e retrocesso no Legislativo. Vote consciente por direitos da população LGBT" é o tema da Parada deste ano, que contou com 16 trios elétricos ao longo de toda a avenida Paulista.
A cantora Pabllo Vittar fez uma apresentação sobre um carro de som e levou ao delírio a multidão. A estimativa oficial é de que cerca de 3,5 milhões de pessoas tenham passado pelo evento.