Em meio à tragédia que atinge o Rio Grande do Sul e evidencia que a crise climática já se tornou realidade, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reforçou o negacionismo que nos trouxe até o cenário atual ao protocolar um projeto de lei que proíbe a atuação de ONGs socioambientais na cidade do Rio de Janeiro.
Com a já famosa e bizarra justificativa do "comunismo", o vereador quer tornar persona non grata diversas organizações não governamentais que atuam para a produção de conhecimento sobre meio ambiente e crise climática, e lutam pela causa ambiental.
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Segundo o projeto, essas ONGs ficam proibidas de "estabelecer convênios e contratos de quaisquer naturezas com o Poder Público Municipal e de exercer quaisquer atividades nos limites do território da Cidade do Rio de Janeiro".
O vereador inicia sua justificativa afirmando que "o comunismo do século XXI adotou uma nova roupagem", por meio de tais ONGs, para "se travestir, mascarar suas intenções por meio de agendas aparentemente inocentes, se dispersar em centenas e até milhares de agentes como forma de enganar, infiltrar, desestabilizar e conquistar".
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Ele continua seu delírio, afirmando que as organizações "trabalham diuturna e incansavelmente" para "criar cisões sociais, usar as liberdades democráticas para destruir as liberdades democráticas, roubar recursos naturais de países como o Brasil".
Em uma parte do texto, o vereador demonstra que o interesse por trás de tal projeto é a exploração ambiental pelo agronegócio. Ele cita uma enorme reserva de potássio na região amazônica, "que poderia alimentar a indústria nacional de fertilizantes e aumentar ainda mais a pujança do nosso agro, 'congelada' em função da ação de ONGs que acham que reservas indígenas devem cobrir a totalidade do País".
Carlos Bolsonaro ainda chama a própria Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fórum Econômico Mundial de organizações "moralmente falidas e mal intencionadas".
A proposta do vereador chegou à Consultoria de Assessoramento Legislativo da Câmara Municipal nesta quinta-feira (8).
ONGs que Carlos Bolsonaro quer proibir no Rio
- Greenpeace Brasil;
- Instituto Socioambiental;
- Fundo Mundial para a Natureza Brasil - World Wide Fund for Nature (WWF);
- Open Society Foundations;
- Fundação Ford - Ford Foundation;
- Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - United States Agency for International Development – Usaid;
- National Endowment for Democracy-NED;
- Oak Foundation;
- Fundação Gordon e Betty Moore;
- Fundação Bill e Melinda Gates;
- Instituto Vero;
- Plan International Brasil.