Ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida foi ovacionado por cerca de 2 mil evangélicos que participaram de um culto na Igreja Batista da Água Branca, na zona oeste de São Paulo, na noite desta sexta-feira (21) ao expor o discurso de ódio por trás do PL do Estupro, que equipara a prática de aborto após 22 semanas de gravidez a um homicídio, e prevê penas maiores para vítimas que abortarem do que aos próprios estupradores.
Convidado a participar do culto pelo pastor Ed René Kivitz, Almeida, que é católico, fez um discurso relacionando o cristianismo com a defesa dos direitos humanos.
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"Sei que vocês estão comigo na tarefa de atravessar essas águas e trazer para o lado de cá todos os que estão em engano, todos os que estão envenenados pela ideologia do ódio. E, aqui de novo, eu não estou falando de religião. Eu sou ministro de Estado. Porque está em engano, está envenenado pela ideologia do ódio quem defende que os jovens negros sejam exterminados pela polícia. Porque está em engano, está envenenado pela ideologia do ódio quem defende uma política de segurança pública que ao buscar transformar policiais em matadores leva os policiais à morte, ao desespero e ao suicídio", disse Almeida.
"Porque está em engano, está envenenado pela ideologia do ódio quem quer que uma mulher que foi estuprada seja presa", emendou o ministro, sendo ovacionado pelos evangélicos.
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Em seguida, dirigindo-se ao pastor René Kivitz, Almeida disse que ele é "um home de coragem", citando Margin Luther King, pastor batista negro que se tornou símbolo na luta contra a segregação racial e pelos direitos humanos nos EUA na década de 1950.
"O Cristianismo não pode adorar ditadores, senhoras e senhores. Não pode adorar quem não abre espaço para a divergência, para as possibilidades, para a construção do comum. Porque ele não acredita na perfeição de homem nenhum, de modo que o cristianismo se identifica com o poder compartilhado. E o poder compartilhado é democracia, esse é o nome", disse ainda o ministro.
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