Citado por Lula como prova da falta de "autonomia" de Roberto Campos Neto para presidir o Banco Central, a homenagem do governador paulista Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) à "autoridade monetária" teve uma ausência de peso, que comprometeria ainda mais o discurso de "independência" do bolsonarista que preside a instituição.
Coluna Radar, de Robson Bonin, na Veja, afirma que o ex "super" ministro da Economia, Paulo Guedes, teria sido "sondado" para fazer o discurso no jantar em que Tarcísio convidou Campos Neto para ser seu ministro da Fazenda em 2026.
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Avalista de Jair Bolsonaro (PL) junto à mídia liberal em 2018, Guedes teria dito a um amigo que resolveu não ir por considerar o ato uma "furada".
O evento foi relatado por Lula durante entrevista à CBN na terça-feira (18), véspera da reunião do Copom que manteve a taxa de juros em 10,5%. Na ocasião o presidente comparou Campos Neto com o ex-juiz e atual senador, Sergio Moro (União-PR), tratando o presidente do BC como "paladino da justiça", que tem o "rabo preso" e trabalha para prejudicar o país.
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Indagado por Milton Jung se acredita que Tarcísio tem mais influência nas decisões de Campos Neto no Banco Central do que ele, o presidente foi direto ao ponto.
"Sinceramente, tem mais do que eu", disse Lula. "Porque não é que ele encontrou o Tarcísio em uma festa. A festa foi do Tarcísio para ele, uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele. Certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhosa uma taxa de juros de 10,5%".
Em seguida, Lula falou sobre o convite que Tarcísio teria feito a Campos Neto para ser seu ministro da Fazenda, caso seja eleito presidente em 2016 pela chamada "terceira via", apoiado pela Globo. E a resposta positiva do presidente do BC.
"Quando ele se autolança a um cargo, eu fico imaginando: nós vamos repetir o Moro? O presidente do Banco Central está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? O paladino da Justiça com rabo preso a compromissos políticos?", indagou Lula, fazendo a comparação com o ex-juiz, que foi cultuado pela mídia durante o lawfare da Lava Jato.
Assista à integra da entrevista