Em reunião com reitores de universidades e institutos federais nesta segunda-feira (10) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a greve dos professores e servidores da educação superior federal, que começaram no início de abril e seguem sem definição, mesmo diante das propostas do governo.
Lula, que ressaltou já ter sido dirigente sindical, fez um apelo e observou a postura de "tudo ou nada" de dirigentes sindicais que estão à frente das negociações.
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"A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que a greve termine por inanição. Porque se ela terminar as pessoas ficam desmoralizadas. Então, o dirigente sindical tem que ter coragem de propor, de negociar e tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada", afirmou o presidente.
"Eu sou um dirigente sindical que acreditava no tudo ou nada. Para mim era 100% ou era nada. E muitas vezes eu fiquei com nada. E eu acho que nesse caso da educação, se você analisar o conjunto da obra, vai perceber que não há razão para essa greve durar o que está durando", emendou.
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O governo assinou um acordo com Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação).
O acordo previa a reestruturação da carreira docente, reajuste de salário de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.
No entanto, a proposta não foi aceita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Na declaração, Lula fez um apelo, para que os dirigentes que não aceitaram a proposta veja o conjunto do que foi oferecido, que seria o máximo possível para não desestabilizar as contas públicas.
"Não é por 3%, 2%, 4% que a gente fica a vida inteira em greve. Vamos ver os outros benefícios. Vocês já tem noção do que foi oferecido? Vocês conhecem? Porque no Brasil está cheio de dirigente sindical que é corajoso para decretar uma greve, mas não tem coragem de acabar com ela. Então, eu fui dirigente sindical e sei como funciona as coisas. E eu só queria que levasse em conta o montante de recursos que a companheira Esther Dweck [ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos] colocou à disposição é um montante não recusável. Eu só quero que se leve isso em conta. Porque senão vamos falar em universidades, institutos federais e os alunos estão à espera de voltar à sala de aula", concluiu o presidente.
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PAC das Universidades
No ato no Planalto, ao lado do ministro Camilo Santana (Educação), Lula anunciou o investimento de R$ 5,5 bilhões para a consolidação e expansão das universidades e dos hospitais universitários federais. O investimento integra o Novo PAC e será dirigido à criação de dez novos campi, espalhados pelas cinco regiões do País, e a melhorias na infraestrutura das 69 universidades federais.
Além disso, serão repassados recursos a 31 hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sendo oito novos.
"Nunca tivemos um governo que se preocupasse tanto com a educação como os nossos governos. Uma coisa muito elementar. Como eu não tive direito de fazer uma universidade, eu preciso garantir que as pessoas tenham a condição que eu não tive", afirmou Lula no lançamento do programa.