Nesta quarta-feira (8), a Folha de S. Paulo comprou a narrativa do deputado bolsonarista Marcel von Hattem (Novo-RS), que afirma que o governo federal negou ajuda do Uruguai ao Rio Grande do Sul no contexto das chuvas que assolam o estado desde a semana passada.
O governo federal aceitou o uso de um helicóptero e de equipes uruguaias, mas teve de recusar um avião KC-130 por não ter onde pousar o avião.
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A Folha encampou a narrativa do extremista de direita e afirmou que o governo recusou a ajuda uruguaia, o que não é verdade.
O periódico paulistano afirmou que o "governo mente ao afirmar que não dispensou oferta de ajuda do Uruguai ao RS".
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A nota da Folha compara duas notas: uma do Ministério da Defesa e uma da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Em ambas se afirmava que a ajuda estava sendo recebida, mas que o avião, em específico, não seria utilizado.
O que diz a Secom
"A nota do Ministério da Defesa afirma que "o Comando Militar conjunto declinou da oferta da aeronave [do Uruguai] por restrições de pistas disponíveis para pouso em Porto Alegre", afirma a nota da Secom.
"A segunda nota, elaborada para combater uma avalanche de fake news em torno do assunto (como a de que o governo estaria recusando ajuda do Uruguai por motivações ideológicas), informa que o Brasil não recusou ajuda do Uruguai, cita um helicóptero cedido pelo país vizinho já em operação, mostra a imagem dessa aeronave gentilmente emprestada e explica que, no caso do avião, constatou-se inadequação do equipamento para o tipo de operação exigida no Rio Grande do Sul nesse momento", continua o órgão da presidência da República.
"Qual é a mentira? Qual é a contradição? Inexiste", questiona.
O governo continua: "O governo brasileiro não recusa auxílio do Uruguai. O Brasil recebeu do país vizinho, e é grato por isso, o empréstimo de um helicóptero, tripulação, manifestações de solidariedade, manutenção da oferta do avião e outros equipamentos em caso de necessidade. São todas ofertas muito bem-vindas. Há uma distância não desprezível entre a reestruturação da oferta às necessidades específicas da operação e a afirmação, falsa, de que o Brasil recusa ajuda do Uruguai".
Campanha de fake news
Desde o início das tragédias no Rio Grande do Sul, uma série de influenciadores e parlamentares de extrema direita, como Pablo Marçal, Nego Di, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), entre outros, têm entrado em uma campanha de fake news contra as ações do governo Lula no RS.
Até o momento, Secom, Anvisa, Antt e Ministério da Defesa tiveram que publicar notas desmentindo desinformação publicada nas redes sociais sobre o tema.
Esse tipo de campanha visa criar desconfiança sobre as ações do Executivo - que resgatou mais de 25 mil pessoas - e reitera a força da extrema direita nas redes, que tem feito esforços homéricos para prejudicar o atual governo.
Veículos como Folha e SBT tem encampado os argumentos ou, em alguns casos, dando "barrigadas" contra Lula, como é o caso da informação desmentida pela Secom.