A OPERADORA DAS TREVAS

Enel: CPI no Ceará pede quebra de contrato entre outras sanções contra empresa

Relatório foi aprovado por unanimidade; distribuidora de energia tem espalhado as trevas em todos os locais em que passou a operar

Logo da Enel.Créditos: Divulgação
Escrito en POLÍTICA el

Foi aprovado nessa terça-feira (7), por unanimidade, pelos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Ceará, o relatório final que investiga a qualidade deficiente dos serviços prestados pela Enel Distribuição.

O relatório propõe, entre outras sanções, início de um processo administrativo disciplinar para formalizar o pedido de encerramento do contrato. Foram aprovados ainda ajustes no acordo da empresa com a Agência Reguladora do Ceará (Arce), a instauração de um processo de fiscalização rigorosa da Enel, providências para a companhia elétrica ser punida e pedidos de esclarecimentos à concessionária sobre obras especiais atrasadas.

A empresa é acusada no documento de quebra de cláusulas contratuais, negligência na prestação de serviço ao consumidor e diminuição de investimentos ao longo dos anos.

Além disso, ainda identifica descumprimento de cláusulas presentes nos contratos de compra e venda da extinta Companhia Energética do Ceará (Coelce) e nas concessões de distribuição, assim como das normativas estabelecidas pela Aneel.

Essas cláusulas tinham o objetivo de assegurar o compromisso de investimentos especiais estabelecido pela Coelce com o Estado.

Ações públicas

O documento solicita aberturas de ações públicas por dano coletivo contra a empresa por parte do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público Estadual (MPCE) e da Defensoria Pública do Ceará.

As ações, no caso do MPF e MPCE, devem versar sobre prejuízo ao Estado e aos consumidores. À Defensoria caberá pedir que o órgão ajude familiares de vítimas fatais de acidentes decorrentes de falhas do setor elétrico, que englobam desde prestadores de serviços a populares, a conseguir indenizações junto à distribuidora.

Leis mais duras

O relatório final será enviado ao Congresso Nacional e ao Ministério de Minas e Energia (MME). O objetivo é fazer com que os parlamentares editem leis para tornar concessões de serviços essenciais mais duras, e que a pasta reforce junto à Aneel a possibilidade de caducidade do contrato.

As informações contias no documento também servirão para a edição de um decreto federal por parte do MME com o objetivo de tornar mais rigorosas as cláusulas contratuais para empresas concorrerem a renovação de concessões públicas de serviços essenciais.

O que diz a Enel

A Enel, por sua vez, soltou nota em que afirma estar comprometida com a melhoria dos serviços aos consumidores no estado. Segundo a empresa, foi apresentado aos parlamentares e à comunidade um plano de investimentos que totaliza R$ 4,8 bilhões até 2026, destinado à melhoria da qualidade do fornecimento, modernização do sistema e contratação de novos colaboradores.

Problemas por toda a parte

A Enel Distribuidora tem provocado problemas por praticamente todos os locais onde assumiu seus serviços. No final do ano passado, por exemplo, o estado de São Paulo ficou vários dias sem luz. Nem mesmo na pior crise energética do Brasil, vivida em 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ocorreu algo semelhante.

Milhares de casas, prédios, empresas, fábricas entre inúmeros outros domicílios ficaram na completa escuridão. O fato provocou um prejuízo incalculável. Alimentos estragados, estabelecimentos comerciais fechados, máquinas paradas entre vários outros. Até mesmo algumas escolas, alunos tiveram que fazer as provas do Enem no escuro.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar